Em todo o mundo, as mulheres saíram as ruas para reivindicar seus direitos nesta sexta-feira (8), Dia Internacional de Luta das Mulheres.
As pautas incluem a luta pelos direitos reprodutivos, a luta contra o feminicídio, o abuso sexual e o assédio, a equiparação de salários e o direito ao aborto – entre outras tantas – mas uma bandeira comum que ganhou mais espaço nas ruas de todo o mundo foi a da solidariedade às mulheres palestinas, vítimas do massacre promovido por Israel contra a população civil na Faixa de Gaza.
O Ministério da Saúde em Gaza aponta que quase 9 mil mulheres foram mortas pelos ataques israelenses, o que representa aproximadamente 30% das 30.878 mortes causadas por Israel na Faixa de Gaza.
A média é de 63 mulheres palestinas mortas por dia . Destas, 37 eram mães e deixaram filhos órfãos, afirmou a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA). Os números divulgados nesta sexta (8), indicam o cenário desesperador no qual elas vivem no território palestino ocupado, e sob bombardeios diários desde o dia 7 de outubro.
Na manifestação do 8M na Avenida Paulista em São Paulo (SP), as cores da bandeira palestina e mensagens de apoio às mulheres em Gaza se destacaram em meio à mobilização.
“Nossos feminismos são internacionalistas, por isso expressamos repúdio pelo genocídio em Gaza por parte do estado de Israel. Também repudiamos o genocídio no Haiti, República Democrática do Congo e Wallmapu. Não é guerra: é genocídio”, diz o manifesto do 8M argentino lido diante de milhares de mulheres na Praça do Congresso em Buenos Aires nesta sexta-feira (8).
Na Venezuela, as mulheres da União Comunera, movimento político bolivariano de comunas, também se manifestaram em solidariedade às palestinas em Gaza. “Levantamos nossa voz contra o genocídio cometido contra o povo palestino, pelo qual exigimos o fim imediato de toda a agressão e o cessar-fogo em Gaza, fim ao bloqueio, devolução de todo o seu território ao povo palestino e colocar fim à ocupação israelense que teve início há mais de 70 anos com a cumplicidade de potências estrangeiras”.
Outro destaque neste 8 de março pelo mundo, foi a mobilização pelo direito ao aborto. Na Polônia, milhares de mulheres protestaram em Varsóvia com faixas e cartazes pedindo o direito ao aborto em uma mobilização sem precedentes. O país tem uma das leis mais rigorosas contra o aborto na Europa.
Nas últimas eleições em outubro, houve um recorde de participação feminina com o objetivo de derrubar essa legislação: 74% das mulheres com direito à voto foram às urnas e conseguiram tirar do poder o governo conservador do partido Lei e Justiça. Agora, porém, muitas expressam raiva e frustração, pela demora do atual governo para alterar as leis sobre os direitos reprodutivos das mulheres.
Por outro lado, a França conclui nesta sexta-feira a inclusão da garantia ao aborto na Constituição, em uma cerimônia aberta com a participação do presidente Emmanuel Macron, que anunciou que levará a proposta para a União Europeia, com o objetivo de que ela se torne universal. Na Argentina, cuja mobilização de mulheres no movimento conhecido como “Maré Verde” conseguiu a aprovação da Lei de Aborto pelo Congresso no final de 2020, a mobilização deste 8M busca garantir esse direito, diante do governo ultraliberal de Javier Milei.