“Eu estou conversando com diversos segmentos de diversos partidos, já conversei com o MDB, fui a Mossoró e liguei para Rosalba Ciarlini, ela estava em João Pessoa, mas naquele dia já estava voltando para Natal e não foi possível o nosso encontro. O DEM do senador José Agripino, também ainda não houve oportunidade de conversar, mas tudo está dentro de uma agenda, porque estamos terminando o mês de setembro, nós temos ainda muito tempo para poder conversar, no sentido de construir uma aliança para as eleições de 2022”. Foi com essa declaração que o presidente estadual do PDT, Carlos Eduardo, concedeu entrevista nesta terça-feira (14) ao Programa Hora Extra da Notícia, na Rádio 91.9 FM Natal.
O ex-prefeito de Natal, havia feito uma aliança político-eleitoral nas últimas eleições estaduais com Rosalba. Na época, em 2018, Rosalba ofereceu o filho Kadu Ciarlini como vice na chapa encabeçada por Carlos Eduardo, que foi derrotada pela atual governadora Fátima Bezerra (PT).
Quando saiu da cadeira de governadora do Rio Grande do Norte em 2010, Rosalba Ciarlini deixou o caixa do Estado com saldo negativo, além de ter atrasado o pagamento dos salários dos servidores públicos estaduais.
Sobre a sua relação com Álvaro Dias (PSDB), Carlos Eduardo externou insatisfação com o rumo partidário do atual gestor natalense e assumiu a paternidade de sua vitória: “Com relação a Álvaro nós temos uma amizade, eu entreguei a Prefeitura de Natal a ele, e hoje ele é dos tucanos, de modo que ele obedece às diretrizes dos tucanos (PSDB), mas o que permanece entre eu e ele é o diálogo. Fizemos uma aliança na reeleição dele, indicamos o vice e, essas decisões nós vamos saber no ano que vem, quem apoia quem e quem não apoia”, enfatizou.
Pré-candidato ao Governo do Estado nas eleições do ano que vem, o ex-prefeito de Natal explicou que: “A diretriz do meu partido (PDT) é que eu seja pré-candidato ao governo do Rio Grande do Norte, e para isso, eu tenho me articulado, conversado, tenho ido ao interior do nosso Estado. Tenho dialogado com as diversas representações da nossa sociedade, mas decisão concreta só no ano que vem. Mas isso não impede que eu tenha nesse momento um projeto muito claro que é a pré-candidatura ao governo do Estado”, afirmou Eduardo.
Sobre uma possível articulação do Ministro das Comunicações, Fábio Faria, de construir uma aliança entre Carlos Eduardo e a base aliada de Bolsonaro no Estado nas eleições de 2022, o líder do PDT esclareceu: “Ao longo da minha carreira política, eu já fiz bastantes alianças com a esquerda e também com a direita. O ministro [Fábio faria] demonstrou interesse de conversar comigo e eu conversei com ele. Fábio tem um projeto muito definido, que naturalmente é a candidatura de Jair Bolsonaro. E eu também tenho um projeto bastante definido que é o apoio ao candidato do meu partido, Ciro Gomes. Mas no ano que vem, é quando a gente vai compatibilizar ou não essas questões”, disse.
Questionado sobre uma possível aliança entre Carlos Eduardo e Fátima Bezerra, o líder do PDT no Estado não hesitou em dizer: “O PT já tem uma definição ao governo ao governo do Estado [a reeleição de Fátima Bezerra] então, só tem uma vaga. E é justamente a vaga que eu quero também. Eu tenho tido uma preocupação muito grande de ser um candidato que não só estabeleça o diálogo com a política partidária (que é muito importante), mas alargar esses horizontes e conversar com a sociedade de modo geral. Eu tenho conversado com os trabalhadores, empresários, sindicatos, representantes do turismo”, declarou.
Carlos Eduardo subiu o tom contra o presidente da República e as ações do Governo Federal. “O governo Bolsonaro apresenta um despreparo e uma negligência grande em relação ao nosso país. Nós temos um retrocesso hoje, na questão ambiental, educação, saúde e na economia. A inflação voltou a subir quase 2 dígitos, o gás de cozinha aumentou o preço, o combustível e a energia elétrica pesando mais no bolso, enquanto isso, o presidente faz questão de discutir voto eletrônico e impresso. Agora pede o impedimento de dois ministros do Supremo. Francamente, vamos governar, estamos sentindo a falta do governo e de uma diretriz para o país”, analisou.