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Girão afirma que não é mordomia ele comer picanha e o povo pagar a conta

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Deputado Federal considera que tem direito a auxilio-alimentação, que teria sido “Resultado do meu trabalho”

“Não tenho o que esconder de ninguém, de modo que não pretendo perguntar a ninguém o que eu devo ou não comer”, afirmou o deputado federal General Girão (PSL), após a repercussão dos seus gastos alimentares pagos com cota parlamentar, divulgados na edição desta quarta-feira (15) do Agora RN. Em nota, ele lamentou o fato de vivermos em um país com grande desigualdade social e econômica, mas disse: “Não aceito que tratem como mordomia o resultado logrado pelo meu trabalho”.

Sem citar a atual situação calamitosa em que a economia brasileira se encontra, com inflação descontrolada, aumentos constantes dos preços dos alimentos e combustíveis, com gasolina acima de R$ 6 em várias cidades do país, mais de 15 milhões de desempregados e 27 milhões de miseráveis, sem ter praticamente o que comer, conforme levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o deputado explicou que teve um gasto médio mensal de R$ 760 com alimentação este ano, com variações entre R$ 1.250,12 em junho e R$ 167,17 em janeiro.

“O direito ao auxílio-alimentação é de todos os brasileiros empregados. Tenho muito orgulho dos meus vencimentos e da forma como desempenhei e desempenho para fazer jus e honrá-los. Portanto, não aceito nenhum tipo de manipulação de informações a fim de me penalizar pelos meus vencimentos, que decorrem de mais de 40 anos de vida pública, e de muito trabalho em prol do Rio Grande do Norte e do Brasil”, disse o deputado, que está há apenas três anos no exercício do mandato parlamentar.

Apesar da fala acima, Girão se esqueceu que seus vencimentos mensais como deputado federal, no valor bruto de R$ 33.763,00, sem contar a remuneração no valor de R$ 28.161,36 percebidos por ele como general da reserva do Exército Brasileiro (conforme o Portal da Transparência do Governo Federal), poderiam facilmente arcar com suas despesas pessoais com refeição. E que a cota parlamentar não possui relação alguma com auxílio-alimentação, benefício de caráter indenizatório no valor de R$ 458,00 pago em espécie ao servidor.

Ele afirmou ainda que se sente feliz pela atuação do jornalismo brasileiro na fiscalização dos gastos públicos e que considera justa e defende a busca pela transparência em todas as atividades. “Reitero os agradecimentos a alguns membros da imprensa pelo controle, ainda que seletivo, dos gastos públicos e pugno e peço que estendam essa minuciosa lupa nas contas de todos os atores políticos do Rio Grande do Norte, inclusive àqueles que se utilizam de verba pública a fim de financiar publicidade”, enfatizou.

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