A BA.2.12.1 representava cerca de 42,6% de todas as sequências de novos casos de Covid nos EUA até a semana passada
A vigilância genômica da RedeVírus MCTI detectou, em Belo Horizonte, três infecções pela linhagem BA 2.12.1 da Ômicron predominante nos Estados Unidos. Esses são os primeiros casos da subvariante no Brasil.
Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), integrantes da RedeVírus MCTI e da sub-rede Corona-Ômicron, por meio de sequenciamento genético de amostras de pacientes infectados, notificaram a linhagem em pacientes, duas mulheres e um homem, que participaram de um evento internacional no Rio de Janeiro na semana passada.
O coordenador do CT Vacinas e integrante da RedeVírus MCTI, professor Flávio Fonseca, disse que a variante Ômicron é hoje predominante no mundo inteiro. E nesses casos, o vírus pode passar por pequenas mudanças, o que gera linhagens ou subvariantes.
“Quando essa variante é predominante, ela começa a sofrer pequenas modificações, o que dá a formação de linhagens ou subvariantes. A BA 2.12, que foi identificada em Belo Horizonte, não havia sido detectada no Brasil antes e já é predominante nos Estados Unidos“, disse.
Fonseca afirma que isso sifnifica que ela [subvariante] tem alguma vantagem evolutiva de disseminação em relação a outras linhagens.
“Ainda não há estudos para determinar se ela é mais grave ou mais infecciosa, mas há indícios de que seja, sim, mais infecciosa que outras linhagens da Ômicron”, afirma.
Sobre a subvariante
A BA.2.12.1 representou cerca de 42,6% de todas as sequências de novos casos nos EUA durante a semana que terminou em 7 de maio, de acordo com dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA.
A BA.2 ainda era a subvariante dominante no país, representando 56,4% de todos os casos de novas sequências naquela semana.
A líder técnica da Organização Mundial da Saúde (OMS) para Covid, Maria Van Kerkhove, pediu durante uma coletiva de imprensa que governos de todo o mundo que monitorem de perto BA.2.12.1 e outras subvariantes que possam surgir no futuro, destacando a necessidade de manter o teste e o sequenciamento da doença.
Os pesquisadores da UFMG recomendam cautela pelos órgãos estaduais e federais competentes no controle da dispersão das variantes do SARS-CoV-2 em território brasileiro.