Trata-se da maior taxa para um mês de junho desde 2018. Resultado, porém, veio um pouco abaixo do esperado pelo mercado.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, acelerou para 0,67% em junho, após ter registrado alta de 0,47% em maio, segundo divulgou nesta sexta-feira (8) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da maior taxa para um mês de junho desde 2018, quando ficou em 1,26%.
No ano, a inflação acumulada é de 5,49% – a maior no acumulado nos 6 primeiros meses do ano desde 2015 (6,17%). Em 12 meses, também acelerou para 11,89%, contra os 11,73% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Veja a inflação de junho para cada um dos grupos pesquisados:
- Alimentação e bebidas: 0,80%
- Habitação: 0,41%
- Artigos de residência: 0,55%
- Vestuário: 1,67%
- Transportes: 0,57%
- Saúde e cuidados pessoais: 1,24%
- Despesas pessoais: 0,49%
- Educação: 0,09%
- Comunicação: 0,16%
Embora disseminada entre todos os grupos, a inflação teve menor espalhamento. O índice de difusão desacelerou de 72% em maio para 67% em junho. Isso significa que dos 377 produtos e serviços investigados pelo IBGE, 252 tiveram alta de preços neste mês – em maio, eram 271 em alta.
De acordo com o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, trata-se do menor índice de difusão desde novembro do ano passado, quando havia sido de 63%.
Vilões da inflação no mês
Entre os itens com maior impacto individual na inflação do mês, o principal destaque foi o plano de saúde (2,99%), que representou sozinho 0,10 ponto percentual do IPCA de junho. O resultado é consequência direta do reajuste de até 15,5% para os planos individuais autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 26 de maio.
No grupo transportes, as passagens aéreas dispararam 11,32%, acumulando alta de 122,40% em 12 meses.
Entre os combustíveis, o óleo diesel subiu 3,82%. Por outro lado, a gasolina teve recuo de 0,72% e o etanol registrou uma queda de 6,41%. A energia elétrica (-1,07%) também recuou na comparação com o mês de maio.
Entre os alimentos, os vilões do mês foram o leite longa vida (10,72%) e o feijão-carioca (9,74%). Por outro lado, houve recuo nos preços da cenoura (-23,36%), cebola (-7,06%), batata-inglesa (-3,47%) e do tomate (-2,70%).