Candidato à Presidência afirmou que não esperava pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparou nesta quinta-feira (28) o caso do mensalão denunciado durante o seu governo com a aprovação do orçamento secreto na gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Fizeram um tremendo ‘carnaval’ com o mensalão e hoje estão aprovando o orçamento secreto, que é a maior excrescência da política orçamentária do país, onde o presidente não tem poder sobre o orçamento. É a Câmara dos Deputados e meia dúzia de deputados que dirigem o orçamento. E eu fico me perguntando: que país é esse?”, disse Lula.
A fala foi feita na reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada na Universidade de Brasília (UnB).
O mensalão foi um caso de corrupção denunciado em 2005. Na época, o governo foi acusado de pagar uma “mesada” de cerca de R$ 30 mil por mês a parlamentares para que aprovassem as propostas do Executivo. Em 2012, o Supremo Tribunal Federal condenou 25 dos 37 réus denunciados no caso.
Já o orçamento secreto diz respeito às emendas do relator, que em 2020 passou a destinar verbas públicas a projetos definidos por parlamentares. Ganhou esse nome pela falta de transparência em relação aos gastos.
Durante sua fala, Lula ainda citou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016. Ele classificou a destituição da petista como “golpe” e comparou as chamadas pedaladas fiscais às motociatas feitas por Bolsonaro, sem citar nominalmente o presidente.
“Eu não imaginava que fosse haver um golpe na presidenta Dilma. Você veja que inventaram uma pedalada para colocar no lugar uma motociata. Ou seja, a coisa muito mais grave”, disse.
A ex-presidente Dilma sofreu um impeachment em 2016 sob acusação de fazer manobras no Orçamento para cumprir as metas, fazendo parecer que há equilíbrio entre gastos e despesas nas contas públicas