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Aos 84 anos, morre Jô Soares; relembre trajetória do artista

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Apresentador estava internado desde o dia 28 de julho

Na madrugada desta sexta-feira (5), o apresentador, ator, produtor, humorista, musico e escritor Jô Soares, faleceu no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Ele tinha 84 anos, e estava internado desde o dia 28 de julho, por motivos não informados.

De acordo com o hospital, Jô morreu às 2h20 da madrugada. Flávia Pedras, ex-mulher do apresentador, divulgou a triste noticia em seu perfil pessoal no Instagram, onde disse que ele faleceu “cercado de amor e cuidados”.

O enterro e velório será restrito a amigos e família.

Trajetória e vida

Nascido no Rio de Janeiro, no dia 16 de Janeiro de 1938, o pequeno José Eugênio Soares tinha o desejo de ser diplomata quando pequeno, chegando a morar na Suíça para estudar e se formando nos idiomas locais aos 12 anos. Filho do empresário paraibano Orlando Heitor Soares, e da dona de casa Mercedes Leal Soares, Jô tinha descendência política em ambos os lados da família. Seu bisavô materno foi Filipe José Pereira Leal, diplomata e político que foi Governador do Estado do Espírito Santo no Brasil Imperial. Também foi sobrinho-bisneto de Francisco Camilo de Holanda, ex-governador da Paraíba.

O carioca era fluente em cinco idiomas: português, francês, italiano, espanhol e inglês, e ainda sabia um pouco de alemão. Ele chegou a traduzir Barbarella, uma história em quadrinhos francesa de teor adulto, escrita por Jean-Claude Forest.

Devoto de Santa Rita de Cássia, Jô era católico.

Jô começou a trabalhar no meio artístico em sua volta ao Brasil, quando começou a atuar no teatro e escrever profissionalmente.

Ele estreou na televisão em 1956, fazendo parte do programa humorístico Praça da Alegria, da TV Record. Em 65, participa da primeira e única novela de sua vida: Ceará contra 007, que foi líder de audiência no Brasil em sua época. Se despede da Record em 67, roteirizando e atuando no programa humorístico Família Trapo.

Chega a TV Globo em 1971, participando do Faça Humor, Não Faça Guerra. Já em 73, começa a escrever roteiros para o Satiricom, outro programa humorístico. Recebe seu primeiro programa solo em 81, o Viva o Gordo.

Começou a trabalhar como apresentador no SBT (Sistema Brasileiro de Televisão) em 1988, com o talk show Jô Soares Onze e Meia, que esteve no ar até 1999. Teve entrevistas emblemáticas no programa, como a com Carlos Prestes, Mamonas Assassinas e Raúl Seixas. Também no SBT, teve um programa semelhante ao “Viva o Gordo”, o Veja o Gordo.

Retorna a Globo em 2000, para apresentar o conhecido e consagrado talk-show Programa do Jô, que se encerrou somente em 2016.

O artista sofria com TOC, transtorno obsessivo compulsivo, que  gerava manias como o hábito de inclinar todos os quadros de sua casa levemente para a direita.

Jô Soares teve um único filho durante sua vida, Rafael, que faleceu em 2014. Ele era fruto de seu relacionamento com Therezinha Millet Austregésilo, atriz com quem foi casado por vinte anos, entre 59 e 79. Rafael era autista, e tinha 50 anos no momento de sua morte.

Além de Therezinha, o apresentador foi casado com Silvia Bandeira (entre 80 e 83) e Flávia Pedras (entre 87 e 98). Também teve relacionamentos com atrizes conhecidas como Claudia Raia e Mika Lins.

Sempre ligado a arte e a escrita, Jô recebeu do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo o titulo Professor Honoris Causa em 2011. Também foi eleito para a academia paulista de letras, em 2016, assumindo a cadeira 33.

Ele foi autor de nove livros, incluindo sua autobiografia em duas partes. Também dirigiu inúmeras peças, e atuou em mais de 20 filmes.

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