Levantamento aponta que 5 estados têm transmissão comunitária em todo o território. Quatro têm registro apenas nas capitais
Dados do boletim mais recente divulgado pelo Ministério da Saúde apontam que o Brasil tem 2.985 casos confirmados de varíola dos macacos. Ao menos nove unidades da Federação haviam registrado transmissão comunitária da doença até terça-feira (16/8).
De acordo com questionamentos enviados a todas as secretarias estaduais e distrital de saúde do país, a transmissão comunitária foi confirmada em todo o território das seguintes unidades federativas: Amazonas, Rio Grande do Norte, Distrito Federal, São Paulo e Santa Catarina.
Goiás, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul também registraram transmissão comunitária. Nesses locais, porém, o fenômeno foi identificado apenas nas capitais dos estados ou em outros municípios (no caso de Goiás).
Bahia e Espírito Santo investigam a situação epidemiológica dos estados para avaliar se há transmissão comunitária.
Além disso, sete estados informaram à reportagem que não têm registros do fenômeno: Alagoas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins.
Veja o panorama epidemiológico da varíola dos macacos no Brasil:
Casos e óbito
Minas Gerais é o estado que registrou o primeiro (e único, até o momento) óbito pela doença confirmado no Brasil. Trata-se de um homem de 41 anos de idade, que tinha diversas comorbidades — incluindo um câncer — e morreu em Belo Horizonte.
Cinco estados não têm casos confirmados do vírus: Sergipe, Amapá, Alagoas, Rondônia e Roraima (que investiga um registro, mas sem confirmação oficial de diagnóstico).
As demais localidades do país têm montado ações para evitar o crescimento do surto e garantir a segurança dos pacientes que foram diagnosticados com a doença.
Ações
Questionadas pela reportagem, as secretarias de Saúde informaram a criação de planos de contingência e grupos técnicos para lidar com a situação epidemiológica.
É o caso dos governos do Rio Grande do Norte, Bahia, Roraima, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Espírito Santo, Alagoas e Goiás.
Além disso, os governos têm divulgado orientações sobre o contágio à população. Entre as recomendações, estão a de evitar múltiplos parceiros sexuais, utilização de máscaras e higienização frequente das mãos, além de evitar o compartilhamento de alimentos, objetos de uso pessoal, talheres, roupas e roupas de cama.
Preocupação
Com a disparada de casos de varíola dos macacos no Brasil e o cenário internacional de emergência de saúde pública, secretários estaduais de Saúde têm demonstrado preocupação com o surto da doença.
Na última quarta-feira (10/8), o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) enviou ao ministro Marcelo Queiroga um ofício pedindo que a pasta declare Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) devido à monkeypox.
Segundo o decreto nº 7.616/2011, a declaração de Espin ocorre em situações que demandam emprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública.
Apesar da preocupação dos secretários estaduais, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou que não pretende declarar emergência sanitária devido à doença. Em coletiva realizada na segunda-feira (15/8), o cardiologista argumentou que “neste momento, não há os requisitos para decretar Espin”.
Queiroga também ressaltou que existem critérios a serem observados para a publicação do decreto que reconhece a emergência sanitária, como pressão na rede de saúde pública.
“Até agora eu não recebi uma solicitação da área técnica para que considerasse ou não a edição de uma portaria. Aí eu pergunto: vamos supor que eu reconhecesse, o que iria mudar?”, questionou o ministro.
FONTE: METRÓPOLES