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Corrupção, MP, Dilma, ditaduras: Lula não teve vida fácil no Jornal Nacional

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O que restou aos bolsonaristas é dizer que o ex-presidente foi tratado de forma generosa e amigável pelos entrevistadores. Não foi. E vou além: muito pelo contrário.

Lula está sendo celebrado como Pelé da política brasileira depois da entrevista no Jornal Nacional para Willian Bonner e Renata Vasconcelos. É impressionante como mesmo jornalistas antipetistas se renderam ao encanto daquele que fizeram de tudo pra que fosse preso injustamente.

O resultado da entrevista está sendo uma catarse. Algo inimaginável até no sonho mais otimista de um petista atávico.

O que restou aos bolsonaristas é dizer que o ex-presidente foi tratado de forma generosa e amigável pelos entrevistadores. Não foi. E vou além: muito pelo contrário.

Como previsto por este blogueiro no Fórum Onze e Meia e por muita gente que faz análise política a primeira pergunta foi sobre a “corrupção do PT”. Bonner fez questão de soltar os bilhões de dólares (ao final se corrigiu dizendo que eram reais) que teriam sido desviados da Petrobras. Ficou insistindo no tema por uns 5 minutos. E Lula neste momento começou a ler um papel que havia levado com medidas que realizou no seu governo e que irá realizar.

O ex-presidente parecia incomodado com a voz e meio puto de ter de ficar preso no tema. Terminada essa seção de Bonner, minha xará veio com um tema que só faz sentido numa entrevista desse porte porque a Globo é sócia do lavajatismo. Renata queria saber se Lula se comprometia a indicar o procurador geral pela lista tríplice votada pelo MP.

Em todos os anos de governo petistas o mais votado foi escolhido por Lula e Dilma. Já Bolsonaro não só não indicou o mais votado como deu uma banana pra lista tríplice e chamou Augusto Aras. Isso quando ainda Sérgio Moro (o impoluto…rs) era ministro da Justiça.

Mas Bolsonaro não foi pressionado a responder sobre isso, como também não teve que falar de rachadinha, dos cheques da Michelle, das mansões dos filhos, do Queiroz ou dos 100 anos de sigilos em investigações.

Depois disso, veio a “tragédia” do governo Dilma na economia. Como se o resultado daquela crise não fosse responsabilidade do golpismo de Aécio que se juntou a Temer e a Eduardo Cunha que levaram o Brasil a esse desastre atual.

Lula foi se saindo bem em todas as respostas e usando Alckmin como um zap num jogo de truco pra mostrar que seu desejo é o de unificar o país. Mas, ao mesmo tempo, ia tendo seu tempo sequestrado para não apresentar propostas pra diminuir a inflação, gerar empregos e tirar boa parte da população da miséria.

Os apresentadores ainda tentaram  com MST e apoio do PT a “ditaduras” latino-americanas. Além de algo mais do que absurdo: a violência da militância petista. Bonner insistia dizendo que Lula foi quem criou a violência na política com o “nós e eles”. E ali o ex-presidente talvez tenha tido o seu melhor momento ao resgatar uma cena do jogo Flamengo x São Paulo envolvendo o jogador Rafinha.

Neste momento Lula já fazia xixi com a porta do banheiro aberta na casa do sogro.

O show já estava consolidado, mas o tempo já estava se esgotando. Bolsonaro não teve que falar dos grupos que deram tiros na frente do STF e do assassinato de Marcelo Arruda por um fanático que gritava Bolsonaro.

Ou seja, não fala a verdade quem tenta atribuir ao conjunto de temas e perguntas da dupla Bonner e Renata o sucesso do sapo barbudo naquilo que a Globo chama de sabatina.

A verdade é que na opinião do blogueiro essa nem foi a melhor das entrevistas de Lula. Mas certamente entrou pra história pelo seu significado. 

Ela marca a definição de posições de um campo de formadores de opinião que estava em silêncio e que fez elogios rasgados ao desempenho do petista. A eleição no 1º turno ficou mais próxima. E fará bem enorme ao Brasil.

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