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Com atraso de 4 anos, Mourão propõe plano contra desmatamento na Amazônia

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Iniciativa apresentada pelo vice-presidente propõe o contrário do que o governo fez até agora e cita “bons resultados”

O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) lançou um plano de combate ao desmatamento da Amazônia a 16 dias do fim do governo. O “Plano Nossa Amazônia” propõe o contrário do que o governo fez nos últimos quatro anos, permitindo aumentos recordes no desflorestamento. 

Entre as propostas estão volta do Fundo Amazônia, paralisado pelo ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles; a expansão do monitoramento do Inpe, desacreditado publicamente por Bolsonaro; e a criação de um plano de ação contra o desmatamento, que já existia e foi engavetado no primeiro ano de mandato. 

Mourão propôs ainda o fortalecimento dos órgãos ambientais, com aporte de recursos, contratação de servidores e melhor infraestrutura. Sob Bolsonaro, porém, o orçamento dos órgãos ambientais foi o menor em 17 anos, segundo um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Instituto Socioambiental (ISA).

A iniciativa foi apresentada pelo vice-presidente na última reunião do Conselho Nacional da Amazônia Legal (CNAL), do qual Mourão é presidente. O “Plano Nossa Amazônia” elogia a militarização do combate ao desmatamento pelos “bons resultados alcançados”.

Na realidade, o desmatamento subiu 73% nos três primeiros anos de Bolsonaro. O Inpe aponta que a Amazônia bateu recorde de desflorestamento em 15 anos, com mais de 13 mil km2 de vegetação perdida em 2021. Nos últimos quatro anos, foram mais de 45 mil km2 de devastação no bioma. 

Plano bem-sucedido foi engavetado 

Na era Bolsonaro, o combate ao desmatamento deixou de ser uma política transversal entre os ministérios e orientada por órgãos especializados. A tarefa foi centralizada em Mourão e nos militares do CNAL e marcada por operações de Garantia de Lei e da Ordem (GLOs).

O governo engavetou o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), colocado em prática no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e considerado responsável pela redução de mais de 70% no desflorestamento da Amazônia nos governos petistas. 

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