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Estresse pós-traumático: psicóloga Jéssica Barbosa explica quais os sintomas, causas e tratamentos para o transtorno

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Você já passou por alguma situação que trouxe estresse, ansiedade, medo ou dificuldades para superar o que aconteceu? Situações como essa são comuns em casos que envolvem assaltos, temores ou informações que, de certa forma, abalam o emocional de uma pessoa. Por isso, a depender da intensidade e da forma como o organismo vai interpretar e processar a situação, é possível que um quadro de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) possa surgir na vida de alguém.

“O estresse pós-traumático é uma derivação da ansiedade e ocorre quando você sofre aluma agressão, ato violento ou perigo muito grande que te coloca em estado de alerta. Pode ser um assalto à mão armada, um quase afogamento, um acidente automobilístico, entre outras coisas”, explica a psicóloga Jéssica Barbosa em entrevista ao Programa 90 Minutos.

Segundo ela, isso é comum em pessoas que vivenciaram períodos de guerra, por exemplo. “Têm alguns gatilhos que fazem voltar ao estado do trauma”, destaca a profissional. Um deles, por exemplo, é associar o estouro de pipoca a disparos de tiro, ou um som semelhante ao “bip” do hospital que pode trazer lembranças difíceis para profissionais de saúde que trabalharam durante a pandemia da Covid-19. “É como se você não conseguisse abandonar e superar esse evento traumático“, destaca a especialista.

Sintomas

Nem todas as pessoas que passam por experiências traumáticas desenvolvem o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), mas aqueles que desenvolvem podem experimentar sintomas persistentes que afetam sua capacidade de funcionar normalmente no dia a dia.

Os sintomas do TEPT podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente são agrupados em quatro categorias principais:

  1. Revivescência: Isso envolve a reexperimentação do evento traumático de forma recorrente e intrusiva, através de lembranças, sonhos perturbadores ou flashbacks, onde a pessoa sente como se estivesse revivendo o trauma. Esses episódios podem ser desencadeados por gatilhos relacionados ao evento traumático.
  2. Esquiva: Para evitar a lembrança e a associação com o trauma, as pessoas com TEPT podem evitar lugares, pessoas, conversas ou atividades que possam lembrá-las do evento traumático. Eles também podem apresentar uma redução do interesse em atividades que antes eram apreciadas e podem se sentir emocionalmente entorpecidos.
  3. Aumento da excitação: Esses sintomas podem incluir dificuldade em dormir, irritabilidade, dificuldade de concentração, hipervigilância e reações de sobressalto exageradas. As pessoas com TEPT podem estar constantemente em estado de alerta, como se estivessem esperando por uma nova ameaça.
  4. Alterações cognitivas e de humor: O TEPT pode levar a pensamentos e crenças negativas sobre si mesmo e sobre o mundo, além de emoções negativas intensas, como medo, culpa, vergonha ou raiva. Também é comum que pessoas com TEPT desenvolvam dificuldades de memória e concentração.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico do TEPT é feito por profissionais de saúde mental com base nos critérios estabelecidos pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5). O tratamento geralmente envolve uma combinação de psicoterapia e, em alguns casos, medicamentos.

A terapia mais comumente usada para o TEPT é a terapia cognitivo-comportamental (TCC), que pode ajudar a pessoa a enfrentar e processar o trauma de maneira saudável, reduzindo os sintomas e melhorando a qualidade de vida. Além disso, algumas abordagens complementares, como a terapia de exposição, a dessensibilização e o reprocessamento por meio de movimentos oculares (EMDR), também têm se mostrado eficazes.

É importante destacar que o TEPT é uma condição séria, mas tratável. Com o apoio adequado e tratamento especializado, muitas pessoas conseguem superar os sintomas do TEPT e retomar uma vida saudável e satisfatória.

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