O Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde-RN) denunciou que a alimentação para funcionários e acompanhantes de pacientes no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel está suspensa por três dias devido à falta de repasse de verba por parte do Governo do Estado. O sindicato revelou que a situação tem sido recorrente e gera desgaste adicional para os profissionais da saúde, que já enfrentam jornadas exaustivas de trabalho.
Carlos Alexandre, coordenador do Sindsaúde e servidor do hospital, destacou em entrevista ao AGORA RN que a falta de alimentos não é novidade e que a situação acontece quando o governo atrasa os repasses aos fornecedores. Com o acúmulo de dívidas, os fornecedores interrompem o abastecimento, o que resulta na carência de insumos e refeições inadequadas no hospital.
Segundo a denúncia, nos dias 30, 31 de outubro e 1º novembro, os servidores estaduais, que inclusive trabalham em plantões, junto com os acompanhantes dos pacientes não terão acesso a refeições essenciais como almoço e jantar no hospital.
“Quando vem acontecer isso de faltar (alimentos), é porque o governo do Estado tem atrasado repasses para os fornecedores e acaba que a alimentação não chega no hospital para fazer o preparo. Então, vai faltando aquele insumo, aquele alimento. Com o tempo, a alimentação vai ficando mais precária, até chegar um tempo de realmente faltar”, disse Carlos.
A Secretaria Estadual de Saúde (Sesap) informou por meio de comunicado que realizou uma reunião em 27 de outubro para negociar a normalização da situação. A pasta confirmou o atraso para a empresa terceirizada, mas também ressaltou que a escassez de alimentos não afeta totalmente o abastecimento. De acordo com a Sesap, os servidores estão recebendo alimentação, porém “com adaptação pontual do cardápio”.
Com a falta de alimentos, o coordenador do Sindicato enfatizou que os prejuízos se estendem além dos trabalhadores: “Sempre que tem essa falta, tanto é penalizado o servidor que está prestando o seu serviço, como também o acompanhante que fica ali e que também faz a refeição no hospital. Esse acompanhante muitas vezes mora no interior, vem de longe, e às vezes não tem condição financeira de também ficar se alimentando fora do hospital”, concluiu.