O Supremo Tribunal Federal (STF) manteve, nesta segunda-feira (27), a multa de R$ 20 mil contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e o Partido Liberal (PL) por propaganda eleitoral irregular antecipada nas eleições de 2022, durante a reunião com os embaixadores.
A Segunda Turma da Corte rejeitou, por unanimidade, dois recursos apresentados pelo ex-presidente. Em 10 de outubro, monocraticamente, o ministro Dias Toffoli já havia rejeitado os recursos. Na decisão, o magistrado afirmou que Bolsonaro divulgou “fatos sabidamente inverídicos e descontextualizados”. Nos recursos, o ex-presidente e o partido alegaram que a conduta não seria relevante.
Durante a reunião com 22 embaixadores, em 18 de julho do ano passado, Bolsonaro propagou desinformação sobre o processo eleitoral. “Nós não podemos enfrentar mais uma eleição, sob o manto da desconfiança. Temos que ter a certeza de que o voto de um eleitor, vai para aquela pessoa”, disse na ocasião.
“Quando se fala em eleições, vem à nossa cabeça transparência. E o senhor Barroso (Luís Roberto Barroso, ministro do STF), também como senhor Edson Fachin (então presidente do TSE), começaram a andar pelo mundo me criticando, como se eu estivesse preparando um golpe. É exatamente o contrário o que está acontecendo”, acusou Bolsonaro.
O evento também rendeu a Bolsonaro oito anos de inelegibilidade. O ex-presidente foi acusado de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) por utilizar o aparato público para favorecer a si mesmo no processo eleitoral do ano passado, uma vez que a reunião aconteceu no Palácio do Planalto e foi transmitida pela TV Brasil.
Votaram a favor na inelegibilidade os ministros Benedito Gonçalves, Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares, Alexandre de Moraes e a vice-presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia. Somente Kassio Nunes Marques e Raul Araújo foram contra.
Edição: Rebeca Cavalcante