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“Aqui não tem oportunidade”, diz Bolsonaro no RN sobre o Nordeste

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) culpou governos de esquerda pelo fluxo migratório de nordestinos para outras regiões do Brasil. Segundo ele, a saída de habitantes do Nordeste é explicada pela escassez de oportunidades na região. A declaração foi dada por Bolsonaro durante visita a Natal (RN), na semana passada.

“Estou no Nordeste. Sempre foi uma região que a esquerda falou muito alto. Assim como nos Estados Unidos, que o pessoal vai de estado democrata para republicano, aqui no Brasil não é diferente. Onde há o fluxo migratório mais intenso no Brasil? É do Nordeste para o Sudeste, um pouquinho para o Sul e Centro-Oeste também. Por que o nordestino sai daqui e vai para outra região? O pessoal vai para lá atrás de oportunidades. Emprego, dias melhores, poder ganhar dinheiro e mandar para sua família aqui”, afirmou o ex-presidente, em entrevista à jornalista Anna Karinna Castro veiculada nesta segunda-feira 4 pela rádio 98 FM.

Bolsonaro registrou que a região tem “domínio” da esquerda e relacionou o fato à migração dos habitantes da região. “Estão saindo daqui porque aqui não tem oportunidade. Não é coincidência, é fato. A esquerda domina há quanto tempo o Nordeste? Há praticamente 20 anos. Era para ser a região mais rica, desenvolvida e próspera do Brasil. E não é. O pessoal só tem um discurso: igualdade, divisão de renda. Você não pode dividir a riqueza porque um dia ela acaba e todo mundo fica igual, na pobreza”, destacou o ex-presidente.

Em outro trecho da entrevista, Bolsonaro fez críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo Bolsonaro, o petista tem o “Parlamento na mão, mas não usa para o bem”.

A fala de Bolsonaro ocorreu num contexto em que ele comparava ações do governo dele às do governo de Lula. Ele afirmou que, se Lula tem a pretensão de derrotar o bolsonarismo, precisará fazer um “bom governo” – o que ele diz que não identifica até o momento.

“Por dois motivos não vai nos derrotar. Primeiro, que é uma ideia. Temos propósito e não apenas discursamos. Nós fazemos. Para nos derrotar, ele tem que trabalhar melhor do que nós. E até desafio a quem está nos assistindo: aponte uma só boa ação do governo no corrente ano. Não temos nenhuma”, enfatizou Bolsonaro.

O ex-presidente criticou o aumento no número de ministérios, as viagens que Lula tem feito ao exterior, a substituição do teto de gastos pelo arcabouço fiscal, a reforma tributária, o veto à prorrogação da desoneração da folha para 17 setores e o pedido do governo para a volta do DPVAT a partir de 2024.

“Se o governo quer derrotar, trabalhe, faça uma boa gestão. Nós tivemos teto de gastos, um limite para gastar. Ele não tem mais teto. Acabou com isso ano passado, negociando com o Congresso daquela forma que o povo não admite, não aceita, não engole: trocando ministério por partidos. Ele tem o Parlamento na mão, mas não usa para o bem. Usa para atender aos seus. Não temos como não ter esperança no futuro do Brasil”, declarou o ex-presidente.

Técnicos do TCU pedem devolução de presentes

A área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) propõe que o ex-presidente Jair Bolsonaro seja obrigado a entregar, num prazo de 15 dias, os itens que recebeu como chefe de Estado e que não foram “devidamente registrados” no sistema do acervo da Presidência da República.

A proposta está em um parecer encaminhado aos ministros da Corte sobre o caso das joias da Arábia Saudita.

O processo sobre o caso será julgado pelos ministros da corte. Cabe a eles decidir se seguem ou não as propostas da área técnica. A investigação, aberta a partir de uma representação da deputada Luciene Cavalcante (PSOL-SP) contra o ex-presidente por entrar, de forma irregular, com as joias no País, se soma a outras sobre o mesmo tema em curso no tribunal.

No documento, os auditores contrariam a versão apresentada pela defesa de Bolsonaro de que as joias seriam itens personalíssimos e aponta que “a irregularidade, na verdade, consubstancia-se no desvio de bens que deveriam ingressar no patrimônio da União”.

Reservadamente, ministros afirmam que essa conduta pode configurar o crime de peculato.

Os auditores concluem que as joias e também armas recebidas por Bolsonaro como presidente são bens do Estado brasileiro. Por isso, determinam que a Caixa Econômica Federal devolva a Bolsonaro o colar de diamantes, o relógio e outros itens, hoje sob custódia do banco, para que ele entregue diretamente as peças à Presidência da República.

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