Hugo Barreto/Metrópoles
Nas últimas 24 horas, desde o atentado desta quarta-feira (14/11), no qual um homem se explodiu em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Corte recebeu e-mails anônimos enaltecendo o ataque de Francisco Wanderley Luiz, 59 anos. O homem era dono de um carro que explodiu no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados, mantinha bombas em uma casa alugada em Ceilândia (DF) e se matou vestindo uma roupa com naipes de baralho em suposta alusão ao Coringa.
Os e-mails são, em sua maioria, da plataforma Proton Mail, que tem como promessa o anonimato do usuário. Em um dos 8 e-mails recebidos, o homem-bomba é colocado como mártir.
“Esclarecemos que Francisco Luizagora no céu junto com o pai, foi apenas um dos inúmeros mártires de nossa luta contra vós, a escória satânica do STF”, diz um dos e-mails mandados para o Supremo.
Durante coletiva de imprensa, nesta quinta-feira (14/11), o diretor-geral da Polícia Federal, Andrey Rodriguesafirmou que Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, responsável pelas explosões na Praça dos Três Poderes, ainda tinha intenção de “matar ministros da Suprema Corte” e que seu alvo principal era Alexandre de Moraes.
Segundo o diretor-geral da corporação, esse não foi um fato isolado e se conecta com outras investigações da PF, como o inquérito sobre os atos golpistas do 8 de Janeiro.
“(O caso) Mostra a vinculação desses grupos radicais que culminam nessa barbaridade que acontece ontem, na tentativa de matar ministros da Suprema Corte, e também que culminou nesse lamentável episódio do suicídio dessa pessoa”, disse Andrei Rodrigues, ao citar uma mensagem deixada para uma bolsonarista presa pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, no espelho da casa que o homem-bomba alugava em Brasília.
Andrey Rodrigues confirmou que o alvo principal do atentado era o ministro da Suprema Corte Alexandre de Moraes. “Parece que essa pessoa queria entrar no prédio do Supremo, não conseguiu e, por isso, resolveu fazer o que fez”, afirmou.
Medidas
Após e-mails e apurações, o STF vai recrudescer a segurança da Corte. Grades já foram instaladas ao redor do prédio. A Polícia Judiciária seguirá na segurança e a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) manterá uma viatura e uma van em frente à Corte.
Além disso, serão analisadas medidas para fechar os estacionamentos próximos à Corte, em medida que depende de negociação com Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Fonte: Metrópoles