O pai da Reforma Trabalhista, o senador potiguar Rogério Marinho, se manifestou nesta quinta (28) contra a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil.
Durante entrevista ao programa Live CNN, o parlamentar chamou a medida de “factoide”, afirmou que a iniciativa era “inexequível” e reclamou que a estratégia do governo era aumentar imposto para quem ganha um pouco mais.
“Você acha que é possível, com o descalabro e descontrole fiscal, falarmos em suprimir receitas e aumentar impostos?”, desconversou Marinho.
O repórter insiste na pergunta e explica que o dinheiro para financiar a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil sairia da mudança na isenção de gastos com saúde e do aumento de imposto sobre aqueles com renda acima dos R$ 50 milo que seria suficiente para cobrir os gastos com a isenção.
“Olhe, de boas intenções o inferno está cheio e esse governo, realmente, é muito bem intencionado, mas é atabalhoado e completamente inepto”, apelou Marinho aos adjetivos, abrindo mão dos argumentos técnicos.
Na visão do senador potiguar, a isenção do imposto de renda para os que ganham menos é apenas um aceno do PT a seus eleitores, que ameaça aqueles que ganham mais.
“Nos lugares onde houve taxação daqueles que ganham um pouco mais, houve fuga de capital”, alardeou.
Na mesma entrevista, Rogério Marinho não conteve o riso de canto de boca ao ser lembrado que proposta semelhante – isenção para quem recebesse até cinco salários mínimos – já havia sido apresentada no governo Bolsonaro, de quem Marinho é ferrenho defensor. Uma promessa de campanha que, no entanto, nunca passou do discurso.
“Ela não foi materializada, não foi apresentada, a forma como seria apresentada eu, particularmente, desconheço. Evidente que há uma distância entre a intenção e o gesto”, justificou Marinho.
Crítica aos concursos
O senador potiguar ainda criticou o aumento de salário dado pelo governo federal aos servidores públicos e condenou a realização de concursos públicos:
“Está fazendo uma série de concursos, aumentando o tamanho da máquina pública e fala que vai economizar R$ 1 bilhão por ano nessa história de contenção de cargos comissionados e, eventualmente, de super salários”.