Agenda oficial do deputado no site da Câmara mostra que ele esteve em dois eventos legislativos quatro horas antes de aparecer nas imagens da Fifa em jogo do Brasil. Viagem de Brasília a Doha dura no mínimo 14 horas.
Curtindo a Copa do Mundo no Catar ao lado da esposa, Heloísa Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) terá que dar explicações não somente aos apoiadores radicais que se revoltaram com a viagem, mas também à Câmara Federal.
A agenda oficial do deputado no site do legislativo registra que ele estava em dois eventos legislativos nesta segunda-feira (28), às 9h, no Congresso Nacional.
No entanto, Eduardo assistiu à vitória do Brasil sobre a Suíça às 13h – horário de Brasília – no estádio 974, no Catar.
O voo mais rápido entre Brasília e Doha é feito pela Latam e dura um total de 17h20, contando com uma escala em Guarulhos. O valor é de R$ 19.661, ida e volta.
A viagem mais barata – cerca de R$ 14 mil ida e volta – é realizada pela Gol em parceria com a Ethiopian Airlines e dura quase dois dias, num total de 47h10min, com escalas em Guarulhos e Adis Abeba, capital etíope.
A página de Eduardo no site da Câmara mostra o filho “03” de Bolsonaro estava entre as 9h19 e 11h31 em sessões não deliberativas em homenagem a Dom Tomás Balduino às Micro e Pequenas Empresas no plenário da Câmara. Os eventos foram semipresenciais, possibilitando a participação de forma virtual.
Escondido
Eduardo Bolsonaro viajou escondido para a Copa no Catar, sem fazer alarde nas redes. No entanto, o filho de Bolsonaro e a esposa foram flagrados na transmissão oficial da Fifa e apareceram no Brasil no canal do influenciador Casimiro no Youtube, que detém os direitos de transmissão do mundial na rede.
A viagem causou revolta nos apoiadores radicais do clã presidencial que estão amotinados em estradas e em frente a quartéis desde a derrota de Bolsonaro para Lula (PT) nas eleições presidenciais de 30 de outubro.
Os extremistas aguardam sinalização do clã, mas Bolsonaro segue calado e os filhos, em especial Eduardo, divulgam poucas mensagens, quase sempre com críticas a Lula, ao TSE e ao STF.