O Amazonas confirmou, nessa 6ª feira (10.set.2021), 2 casos da variante mu do novo coronavírus. As infecções foram detectadas em Tabatinga (a 1.108 km de Manaus), na fronteira com Colômbia e Peru. A cepa foi identificada na Colômbia em janeiro deste ano e é prevalente no país. No Brasil, Minas Gerais também tem 2 casos confirmados.
As pessoas infectadas no Amazonas são uma mulher de 73 anos e o neto dela, de 10. Segundo nota emitida pelo governo estadual, a avó apresenta febre, tosse e falta de ar, enquanto o menino não tem sintomas. A mulher tem imunização completa. Eles não estão internados, pois passam bem e estão fora do período de transmissão do vírus.
De acordo com o diretor-presidente da FVS-AM (Fundação de Vigilância em Saúde), Cristiano Fernandes, as duas pessoas infectadas têm parentes residindo na Colômbia. “Os 2 são contatos diretos, mas possuem parentes residentes em Letícia, na Colômbia. Está sendo realizada a investigação epidemiológica dos casos e rastreamento de todos os contatos dos casos confirmados incluindo a coleta de RT-PCR para identificação de possíveis novos casos”, explicou.
As amostras foram coletadas em ação na região de fronteira de Tabatinga e encaminhadas para a Fiocruz Amazônia, que fez o sequenciamento genético. A notificação dos casos foi feita pelo CIEVS/FVS-RCP (Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da FVS-RCP) nessa 5ª feira (9.set).
FRONTEIRA
As ações de enfrentamento à covid-19 do Governo do Amazonas seguem na região do Alto Solimões, onde estão localizados os municípios de Benjamin Constant, Atalaia do Norte e Tabatinga, que fazem fronteira com Peru e Colômbia.
O enfrentamento à infecção está sendo realizado nos municípios com o objetivo de garantir o monitoramento de novas variantes e intensificar a vacinação em grupos populacionais dos 3 países.
O monitoramento da situação epidemiológica da região inclui a circulação de viajantes dos países por meio da testagem e realização de sequenciamento genético para identificação de variantes do novo coronavírus.
delta preocupa mais
A variante mu (B.1.621) é classificada pela OMS como “variante de interesse” e está sendo monitorada. Para comparação, as variantes alpha, beta, gamma e delta são consideradas “variantes de preocupação”.
A cepa mu tem uma série de mutações “que indicam propriedades potenciais de escape da imunidade“, ou seja, da proteção das vacinas. Contudo, essa informação ainda precisa ser confirmada por estudos, segundo boletim da OMS de 31 de agosto.
De acordo com dados da organização de saúde, a prevalência da mu é de menos de 0,1% entre os casos sequenciados de coronavírus no mundo. Estima-se que ela circule por mais de 40 países, incluindo o Brasil.
A prevalência da mu tem aumentado na Colômbia e no Equador, onde responde por 39% e 13% dos casos sequenciados, respectivamente. Esses dados, porém, devem ser lidos com cautela, diz a OMS, uma vez que a maioria dos países tem baixa capacidade de monitorar o sequenciamento genético das variantes do coronavírus.
A 3ª onda de covid-19 na Colômbia, que aconteceu de abril a junho deste ano, tem sido atribuída a essa variante.