O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em seu segundo discurso para chefes de estado na COP28, falou sobre os compromissos do Brasil no combate às mudanças climáticas. Ele voltou a cobrar uma participação de outros países, e destacou que “o futuro da Amazônia não depende só dos amazônidas.”
“No Brasil, a emergência climática já é uma realidade. A Amazônia está atravessando, neste momento, uma seca inédita. O nível dos rios é o mais baixo em mais de 120 anos. Nunca imaginei que veria isso no lugar onde estão os maiores reservatórios de água doce do mundo.”
O presidente afirmou que o desmatamento “só responde por 10% das emissões globais.” Em sua fala, Lula destacou que setores de energia, indústria e transporte emitem muitos gases do efeito estufa.
“Mesmo que não derrubemos mais nenhuma árvore, a Amazônia poderá atingir seu ponto de não-retorno se outros países não fizerem sua parte. O aumento da temperatura global poderá desencadear um processo irreversível de savanização da Amazônia.”
Compromissos do Brasil
No discurso, Lula afirmou que a COP28 servirá para fazer um balanço global do Acordo de Paris, o tratado, que o Brasil é signatário, traz metas para a redução das emissões dos gases do efeito estufa.
O presidente também falou sobre a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), como é chamado o documento de compromissos climáticos enviado por países. Ele disse que “as NDCs atuais não estão sendo implementadas no ritmo esperado.”
“O Brasil ajustou sua NDC e se comprometeu a reduzir 48% das emissões até 2025 e 53% até 2030, além de atingir neutralidade climática até 2050. Nossa NDC é mais ambiciosa do que a de vários países que poluem a atmosfera desde a revolução industrial no século XIX.”
Lula voltou a repetir, como fez no primeiro discurso da COP28, a intenção do Brasil de zerar o desmatamento na Amazônia até 2030, e citou novamente os gastos militares em todo mundo.
“É inaceitável que a promessa de 100 bilhões de dólares por ano assumida pelos países desenvolvidos não saia do papel enquanto, só em 2021, os gastos militares chegaram a 2 trilhões e 200 bilhões de dólares.”