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Análise: “Top Gun: Maverick” traz menos suor e mais IMAX

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Evocando diversos elementos do seu antecessor, a continuação de “Ases Indomáveis” é um ótimo filme de ação

O filme não se trata apenas da continuação de “Top Gun – Ases Indomáveis”, de 1986, se trata de uma verdadeira homenagem ao antecessor. A cena inicial, por exemplo, é praticamente a mesma do longa original, incluindo a canção de Kenny Loggins: “Danger Zone”.

Porém, ouvimos o clássico tecladinho, uma marca dos anos 80, poucas vezes no filme, logo, a trilha sonora é tomada pela grandiosidade de Hans Zimmer que harmoniza com os sons de caças supersônicos.

Quem pilota um deles é Tom Cruise, que retorna como Pete “Maverick” Mitchell. Dessa vez, ele será o instrutor de uma missão que contará com a elite dos pilotos de caça dos Estados Unidos, dentre eles o filho de Goose, o parceiro de longa data de Maverick.

Como filme solo é um bom divertimento, mas a imersão é maior se o original for visto. Com menos propaganda da Marinha americana e mais câmeras Imax, o envolvimento com a história se dá de um jeito mais fluído do que “Ases Indomáveis”.

Entende-se o motivo das missões, das aflições dos personagens e de eventuais pares românticos que se formam. Entretanto, o casal “Charlie-Maverick” que arrancou suspiros na década de 80 ao som de “Take My Breath Away”, da banda Berlin, não retorna para a continuação de “Top Gun”. Dessa vez, teremos “Penny-Maverick” ao som de “Hold My Hand”, de Lady Gaga.

Jennifer Connelly é o par romântico de Tom Cruise, em um mesmo tom oitentista passivo-agressivo, ambos possuem uma relação conturbada ameaçada pelo comportamento rebelde de Maverick.

Porém, as marcas registradas de “Ases Indomáveis” não estão no casal: a química, o suor e cenas mais ousadas. A testosterona que o filme evoca funciona mais como um simulacro do longa original. Em tempos de uma Hollywood puritana encabeçada por filmes estéreis da Marvel, o romance em “Top Gun: Maverick” não se destaca.

Entretanto, Pete Maverick continua sendo o desejo de todos os personagens do filme, sendo o tópico de discussão de 90% dos diálogos. Nesse quesito, o apetite é o mesmo.

Mas, para não ser injusta, acabamos por ter um vislumbre daqueles anos 80 suados quando vemos uma cena de futebol americano na praia, remetendo àquela da partida de vôlei. Todos sem camisa, incluindo Cruise, que, depois de alguns minutos, se retira, e deixa que seus alunos pilotos formem uma conexão e aprendam a trabalhar em equipe.

De peitoral de fora, quase 40 anos depois, tanto Cruise quanto Maverick não se apegam à idade. O ator se aproxima do personagem dentro do cockpit ao realizar as manobras espetaculares com os caças F-18, infinitamente melhores que aquelas do filme original. Não há dublês ou qualquer CGI nas cenas de perseguição aérea, a força G que vemos nos rostos de todos os atores é real.

O que há é somente Tom Cruise sendo ele mesmo. Um artista com hobbies radicais que encontrou no cinema um espaço livre para realizá-los, para nossa sorte.

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