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Apuração das urnas por militares igualaria Brasil a “republiquetas”, diz Ciro

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Para candidato à Presidência pelo PDT, Forças Armadas não têm função de acompanhar resultado da votação

O candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, disse nesta segunda-feira (12) que entregar às Forças Armadas a apuração das urnas eletrônicas igualaria o Brasil a uma “republiqueta”.

Ele se referia a um acordo das Forças Armadas com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, para a realização de uma apuração paralela em tempo real feita pelos militares. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo no domingo (11). O TSE negou, em nota, a existência do acordo.

“Isso [apuração paralela pelos militares] vai nos transformando gradualmente naquilo que o preconceito internacional chama de República de banana. Quando você começa a dar prevalência a determinados grupos e a Constituição não atribui a eles essa responsabilidade, você vai se igualando a essas republiquetas que são governadas por tiranetes ou ditadores corruptos como a Nicarágua e a Venezuela”, disse.

Ciro completou questionando o que as Forças Armadas “têm a ver” com o acompanhamento da apuração das urnas. A fala foi feita em encontro com jovens no Centro de Integração Empresa Escola (CIEE), em São Paulo.

O TSE afirmou nesta segunda-feira que as Forças Armadas não terão “acesso diferenciado” em tempo real aos dados enviados para apuração pelos TREs, cuja realização é competência constitucional da Justiça Eleitoral.

No entanto, o órgão lembrou que os boletins de urnas serão publicados nestas eleições na internet após o encerramento da votação e que qualquer interessado pode ir às seções eleitorais e somar livremente os boletins de “uma, de dez, de 300 ou de todas as urnas”.

Apoio no segundo turno

O candidato ainda afirmou que não apoiará nem Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nem Jair Bolsonaro (PL) em eventual segundo turno entre os dois, por não concordar “com nada” do que eles representam.

“Eu não voto em dois camaradas que venderam o Brasil para a ‘banqueirada’. Eu não voto em quem destruiu a confiança do nosso povo no nosso futuro. Não há a menor chance”, acrescentou.

Ao ser questionado sobre os episódios recentes de violência política no país, o pedetista disse que o cenário eleitoral está cheio de “insulto” e “agressão”.

“A política não é paixão e ódio. E os responsáveis por isso não pagam porque estão trancados dentro da suas bolhas, cercados de segurança. Quem vai sofrer, quem vai morrer e está sendo constrangido é o nosso povo mais simples na rua. Eu temo muito por isso e peço a Deus que a gente desarme essa bomba”, afirmou.

Investimento em educação

Durante o evento, o candidato defendeu o investimento em educação e na qualificação de profissionais, principalmente na área de Tecnologia da Informação (TI). Ele explicou seu plano de transformar a educação pública brasileira em uma das melhores do mundo em um prazo de 15 anos.

“Isso é perfeitamente possível. Dá uma olhadinha no Google. Melhor escola pública básica do Brasil. Vocês vão achar o Ceará, que é o meu estado. Eu tenho muito orgulho do que ajudei a fazer e não demorou mais do que 15 anos não”, disse.

O candidato ainda destacou a importância de concentrar o enfrentamento às facções criminosas na esfera federal e a importância da ação para a proteção dos jovens. Segundo Ciro, o caminho é o uso da tecnologia como aliado da polícia.

“Modernamente, não se faz segurança pública entrando na favela e atirando para todo lado como a gente assiste. Você tem algoritmos hoje que você acompanha o dinheiro. Essa montanha de dinheiro que eles movimentam tem que aparecer em algum lugar. Isso tudo a tecnologia identifica e vai em cima. Eu diria que o Brasil não faz porque não quer fazer. Porque esse criminoso não mora na favela, mora nos bairros ricos”, declarou.

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