As mãos que moldam a arte também são as que tecem histórias. No saguão do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Natal, as obras de Cláudio Cavalcante aguardam o olhar atento do público. Entre 16 e 20 de dezembro, a exposição “BARBACOPEL” apresenta uma técnica inédita e sustentável, feita de barbante, cola e papel. Mas a essência do trabalho transcende os materiais: cada peça carrega as marcas de mulheres que são memória e resistência.
Duas séries compõem a mostra. Em Flores Emolduradas Além de Molduras, as flores ganham vida como símbolo de luta e conexão cultural. Para dar forma a essa homenagem, o artista trabalhou com mulheres quilombolas do Sítio Grossos, no Rio Grande do Norte. Elas compartilharam saberes ancestrais que inspiraram a paleta de cores derivada de pigmentos naturais, uma ponte com a arte rupestre.
Já em Mulheres Santas Mulheres, são as idosas do grupo Madre Mazzarello que emprestam suas histórias. O trabalho destaca a importância de preservar memórias e valorizar a sacralidade feminina, fortalecendo o papel dessas mulheres como guardiãs do tempo e da sabedoria popular.
Premiado nacional e internacionalmente, Cláudio Cavalcante reafirma em “BARBACOPEL” seu compromisso com a sustentabilidade e a conexão entre a arte e o impacto social. Ele busca criar obras que sejam reflexos das histórias e tradições de diferentes grupos, reforçando a importância da coletividade no processo criativo.
A exposição será aberta no dia 16 de dezembro, às 18h, com entrada gratuita. Para o público, a promessa é de uma experiência que vai além da estética. A mostra une técnica, memória e impacto social, transformando o saguão em um espaço onde o passado conversa com o presente.