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Um ato reunindo trabalhadores, estudantes e demais ativistas realizou uma intervenção pelo fim da escala 6×1 e pela jornada de 30h sem redução dos salários dentro do shopping Midway Mall, na Zona Sul de Natal.
A manifestação aconteceu na tarde deste domingo (16). Convocada por sindicatos e partidos políticos, a ação começou no Contact Center da Riachuelo, a poucos metros do shopping. Lá, fizeram falas e em seguida caminharam até o Midway, outro ponto de grande presença de trabalhadores na escala 6×1. A maioria dos manifestantes permaneceu do lado de fora, mas um pequeno grupo entrou e estendeu um bandeirão no terceiro piso exibindo as reivindicações que envolvem a pauta, enquanto um homem fez uma fala no megafone. A imagem do bandeirão viralizou no X (ex-Twitter).
O responsável pela fala foi o estudante de Engenharia Mecânica da UFRN, Juan Pablo, que concentrou suas críticas ao empresário Flávio Rocha.
“Estamos no Midway, que junto da Riachuelo, call center, fábrica Guararapes e outras empresas fazem parte do Grupo Guararapes de Flávio Rocha, cuja família explora o povo potiguar desde o tempo dos engenhos. Flávio Rocha tem patrimônio de R$ 3 bilhões: se ele gastasse R$ 10 mil todos os dias, demoraria mais de 821 anos para gastar tudo, só com o patrimônio de hoje”, esses.
“Hoje é domingo, muitas famílias vieram aqui para passear, aproveitar o único dia de descanso que têm, ao mesmo tempo em que aqui dentro e lá fora no call center vários trabalhadores na escala 6×1 não podem aproveitar o dia de descanso com a família, porque têm que produzir lucro para Flávio Rocha ou outros empresários bilionários que mandam nas nossas vidas”, continuou.
O ato foi convocado em plenária que aconteceu em 11 de fevereiro no auditório do Sindsaúde. Segundo Juan Pablo, a ideia é dar continuidade às ações. No mesmo dia, pelo Brasil, várias outras manifestações do mesmo tipo — pelo fim da escala 6×1 — foram realizadas.
“O ato foi convocado na última terça-feira (11), na plenária que ocorreu, juntando várias organizações e sindicatos, e que formou também o comitê de luta pelo fim da escala 6×1 e pela redução da jornada de trabalho aqui em Natal, que vai estar tocando outras ações durante o próximo período. Vai estar fazendo agitação no 8 de março, por exemplo, falando da importância da luta das mulheres e da abolição da escala 6×1 para elas, que sofrem de maneira muito particular, com duplas e triplas jornadas de trabalho. E também no dia 1º de maio, que vai ser o dia do trabalhador, colocando como uma pauta que permite a classe trabalhadora estar em ofensiva. Nós vamos estar organizando as próximas semanas e meses ações nas lutas que estão ocorrendo atualmente dos trabalhadores, as greves, os indicativos de greves, vamos estar fazendo panfletagens, vamos provavelmente estar realizando um encontro unificado do comitê no final do próximo mês”, adiantou o estudante.