Grupos que representam a comunidade LGBT saíram em defesa do ex-diretor do Departamento de Prevenção e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, Andrey Lemos. Ele foi exonerado do cargo depois da polêmica envolvendo a apresentação da dança “batcu” durante um evento promovido pelo MS em Brasília, como mostrou a coluna.
Em nota conjunta, 134 entidades filiadas à Coalizão Nacional LGBTI+ manifestaram apoio ao ex-diretor, que é historiador e doutorando em Saúde Coletiva. Andrey Lemos é ativista da causa LGBT, fundador e ex-presidente da União Nacional LGBT.
Para os grupo que assinam a nota, as críticas à apresentação realizada no I Encontro de Mobilização da Promoção da Saúde (Em Prosa) integram “um discurso orquestrado pelos setores de direita, que anseiam fragilizar o governo federal democratimente eleito”.
“Optou-se por criminalizar uma manifestação isolada e, por associação, tenta-se deturpar a biografia de um grande brasileiro”, diz a nota.
As entidades dizem “lamentar” que o incidente da dança erótica, considerada “inadequada” pelo Ministério da Saúde, tenha ”ofuscado os avanços na implementação da Política Nacional de Promoção da Saúde, alcançados no evento”.
A ministra da Saúde Nísia Trindade disse ter sido surpreendida com a apresentação no Encontro de Mobilização. Ela determinou a criação de uma curadoria para organização de eventos da pasta, na intenção de evitar casos semelhantes.
Secretário deve permanecer
Até o momento mantido no cargo, o secretário de Atenção Primária, Nésio Fernandes, deverá ser poupado.
Embora haja pressão de setores da base aliada do governo pela demissão de Fernandes, a ministra Nísia Trindade acredita que a exoneração de Andrey Lemos e a criação de uma curadoria para evitar que “batcus” se repitam já foram respostas suficientemente enérgicas para estancar a crise.
A secretaria é responsável por tocar programas estratégicos como Mais Médicos e Brasil Sorridente.