Ao criticar a iniciativa, Bolsonaro se referiu ao fato de Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp, ser filho de José de Alencar, que foi vice-presidente nos dois mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
O presidente Jair Bolsonaro criticou nesta quinta-feira (28) a iniciativa anunciada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) de preparar um manifesto em defesa da democracia, com a assinatura de entidades empresariais e da sociedade civil. Em sua “live” semanal nas redes sociais, o presidente classificou o documento como uma “nota política em ano eleitoral”.
O documento surge após reiterados ataques de Bolsonaro contra o sistema eleitoral e ameaças veladas de que pode desrespeitar o resultado das eleições caso saia derrotado.
O texto se soma a uma outra carta firmada por banqueiros, artistas, intelectuais e milhares de integrantes da sociedade em favor da democracia. A divulgação desses documentos está prevista para 11 de agosto, em atos separados, na capital paulista.
Ao criticar a iniciativa, Bolsonaro se referiu ao fato de Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp, ser filho de José de Alencar, que foi vice-presidente nos dois mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entre 2003 e 2010.
“Nós somos pela transparência, pela legalidade, respeitamos a Constituição. Tem gente que se irrita comigo quando eu digo “estamos dentro das quatro linhas”. Então, eu não entendi essa nota, que foi patrocinada pelo nosso querido filho do ex-vice presidente do Lula, o senhor José de Alencar. O senhor Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp, que fez essa nota”, disse Bolsonaro. “Agora, é uma nota política em ano eleitoral.”
Tentando relacionar seu principal rival na eleição de outubro à corrupção, Bolsonaro ironizou questionando se “é melhor democracia com ladrão do que o outro regime honesto”.
“Não consigo entender. Estão com medo do quê, se eu estou há três anos e meio no poder. Nunca teve uma palavra minha, uma ação, um gesto… Nunca falei em controlar a mídia, controlar as mídias sociais, democratizar a imprensa. Nunca. Por quê isso aqui?”, disse. “Uma nota político-eleitoral, que nasceu lamentavelmente na Fiesp em São Paulo.”
Em outra crítica ao STF, Bolsonaro criticou o que chama de “desequilíbrio” entre os Poderes que, segundo ele, existe no Brasil.
“Se [a nota da Fiesp] não tivesse um viés político essa nota eu assinaria. Mas se voltou para um lado de defesa de um outro Poder”, disse. “Eu acho que o equilíbrio entre os poderes tem que existir. E nós sabemos por onde é que anda o desequilíbrio aqui no Brasil.”