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Bolsonaro encontrou ministro do TSE, em sigilo, pouco antes de ação ser arquivada

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Revelação veio após quebra de sigilo telemático de assessor do ex-presidente. O líder de extrema direita livrou-se do processo por disparos em massa no WhatsApp

Em 28 de outubro de 2021 o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) livrou-se de um processo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no qual era acusado de disparos em massa, recheados de fake news, feitos no WhatsApp nas eleições de 2018, o que é considerado ilegal. O problema é que, agora, com a quebra do sigilo telemático de seu assessor mais próximo, o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, que desempenhava a função de chefe da Ajudância de Ordens da Presidência da República, veio à tona um encontro secreto entre o então chefe de Estado e o ministro do TSE Carlos Horbach, 12 dias antes da decisão que arquivou a ação que tramitava contra o líder extremista. As informações são do diário Folha de S.Paulo.

Célio Faria, que à época dos fatos era chefe do gabinete pessoal de Bolsonaro, escreve para Mauro Cid, em 16 de outubro daquele ano, que “precisamos operacionalizar, buscar o ministro do TSE onde ele estiver, e trazer sem aparecer”. Pouco antes, no mesmo dia, Faria já havia cobrado o tenente-coronel. “O chefe precisa falar com uma pessoa neste final de semana. Preciso saber o horário e a pessoa pediu para um carro ir buscá-lo”. No entanto, a mensagem cifrada acabou sendo revelada pelo próprio Faria, que mais à frente escreve o nome completo de Carlos Horbach, ao que Cid responde “Min TSE com o PR”, referência ao “presidente da República” no jargão militar tão cultuado na gestão do ex-mandatário de extrema direita.

Horbach decidiu favoravelmente a Bolsonaro em vários processos que passaram pelo TSE, mas o que mais chama a atenção foi, de fato, o dos disparos em massa no WhatsApp. Naquela oportunidade, em 2018, a campanha do então deputado federal, candidato ao cargo máximo da República pelo PSL, pulverizou um oceano de mentiras que acabaram por direcionar a corrida eleitoral daquele ano, no que ficou conhecido como um dos casos mais emblemáticos de fake news da história.

No julgamento que enterrou a ação contra Jair Bolsonaro, Carlos Horbach e Sérgio Banhos votaram contrários ao prosseguimento do processo e consideraram “não foram apresentados elementos que permitiam chegar à conclusão de que houve algum tipo de disseminação de fake news em benefício do ex-presidente”. O mandato de Horbach no TSE termina nesta quinta-feira (18) e ele já anunciou que não pretende seguir no cargo, o que só seria possível se o Palácio do Planalto o indicasse.

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