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Bolsonaro pede reforma da ONU em discurso na cúpula dos Brics

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Presidente brasileiro cobrou mudanças em organizações internacionais para dar a “devida e merecida representação” às economias emergentes

O presidente Jair Bolsonaro (PL) cobrou uma reforma da Organização das Nações Unidas (ONU), com foco no Conselho de Segurança, ao discursar na abertura da 14ª Cúpula dos Brics, nesta quinta-feira (23).

“Devemos somar esforços em busca da reforma das organizações internacionais, como o Banco Mundial, o FMI [Fundo Monetário Internacional] e o sistema das Nações Unidas, em especial o seu Conselho de Segurança”, disse Bolsonaro.

Ele afirmou que “o peso crescente das economias emergentes e em desenvolvimento deve ter a devida e merecida representação”.

O presidente brasileiro ainda fez elogios ao Brics, chamando o grupo de “modelo de cooperação baseado em ganhos para todas as partes envolvidas”.

“O Brics, além de representar um fator de estabilidade e prosperidade no cenário internacional, deve contribuir para a geração de emprego e renda e para o bem estar de nossas populações”, acrescentou Bolsonaro.

No início do seu discurso, Bolsonaro saudou os outros líderes presentes: o presidente chinês Xi Jinping, o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, o premiê indiano Narendra Modi e o presidente russo Vladimir Putin.

O evento dos Brics marca o retorno de Putin ao cenário mundial desde o início da guerra na Ucrânia. O líder russo não participava de um fórum com chefes de grandes economias mundiais desde o início da invasão, em 24 de fevereiro.

Ao saudar Putin, Bolsonaro pontuou que foi “muito bem recebido” pelo russo em seu país. Bolsonaro foi para a Rússia se encontrar com Putin menos de 10 dias antes do início da guerra.

Veja abaixo o discurso completo de Bolsonaro na 14ª Cúpula dos Brics

“Senhores presidentes e primeiros-ministros, Xi Jinping, Cyril Ramaphosa, Vladimir Putin, Narendra Modi, senhoras e senhores.

É uma honra participar pela quarta vez da Cúpula dos Brics. Ao agradecer a presidência chinesa pela organização desse encontro, saúdo o presidente Jinping e todo povo chinês, que tão bem me recebeu durante minha visita à China em 2019.

Naquela ocasião, pudemos avançar na parceria estratégica ente Brasil e China, com benefícios concretos para nossos povos, como demostrado pela nossa cooperação durante a pandemia de Covid-19.

Saúdo a demais meus colegas Cyril Ramaphosa, da África do Sul, Vladimir Putin, da Rússia, o qual me recebeu muito bem em fevereiro desse ano em seu país, e Narendra Modi, da índia, países com os quais o Brasil mantém relações estratégicas em múltiplas áreas, da política ao comercio, da tecnologia e inovação à saúde pública.

Nossas relações têm contribuído para a prosperidade de nossas economias e para o bem estar de nossos povos. Devemos somar esforços em busca da reforma das organizações internacionais, como o Banco Mundial, o FMI e o sistema das Nações Unidas, em especial seu Conselho de Segurança.

O peso crescente das economias emergentes e em desenvolvimento deve ter a devida e merecida representação. ,

Para o Brasil, o Brics é um modelo de cooperação baseada em ganhos para todas as partes envolvidas e a comunidade internacional como um todo. Por essa razão, devemos eleger as prioridades com responsabilidade e transparência.

O Brics, além de representar o fator de estabilidade e prosperidade no cenário internacional, deve contribuir para a geração de empregos e renda e para o bem estar de nossas populações.

O Brics surgiu em meio a uma das mais graves crises financeiras da história. Naquele contexto, a pujança das economias emergentes mostrou-se fundamental para a recuperação da economia internacional.

Em meu governo venho orientando a política externa brasileira em prol do desenvolvimento socioeconômico do Brasil e dos nossos parceiros. É preciso estar atento para que o exercício diplomático siga sempre com o foco do objetivo maior de produzir prosperidade e paz.

Tenho esperança de que em breve poderemos encontrar-nos pessoalmente para tratarmos desse e de tantos outros temas de relevo para nossas agendas bilaterais e multilaterai.

Enquanto essa possibilidade não se concretiza, reitero a disposição do Brasil para que, mesmo no formato virtual, possamos ter um diálogo produtivo e para que a 14° Cúpula do Brics seja exitosa. Muito obrigado.”

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