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Bolsonaro praticamente duplica publicidade na Globo em ano eleitoral

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Enquanto ataca a emissora da família Marinho em meio a apoiadores, Bolsonaro despejou somente neste ano R$ 11,4 milhões na Globo, que ultrapassou a Record e voltou a liderar o ranking entre as redes de TV no país.

Os ataques e ameaças de não renovar a concessão da TV Globo propalados por Jair Bolsonaro (PL) para incitar apoiadores não encontram reflexo quando confrontados com os valores destinados à publicidade na emissora da família Marinho neste ano eleitoral.

De 1º de janeiro a 21 de junho de 2022, Bolsonaro pagou R$ 11,4 milhões em publicidade para a Globo. O valor representa uma alta de 43% frente ao mesmo período do ano anterior – que foi de R$ 6,4 milhões – e o maior dos quatro anos do atual governo.

Se o montante atual for comparado com período igual em 2020, o aumento é ainda mais exorbitante: 475%. Naquele ano, Bolsonaro despejou R$ 2,4 milhões na emissora. No primeiro ano de mandato, o total foi de R$ 7,1 milhões.

Segundo levantamento realizado pelo portal Uol, o perfil de publicidade do governo mudou, priorizando os chamados anúncios institucionais, para dar publicidade sobre os feitos do governo. Em 2021, Bolsonaro destinou mais recursos para anúncios de utilidade pública na emissora.

Globo volta a liderar a lista

O valor mostra que, com dificuldades para tentar a reeleição, Bolsonaro voltou a privilegiar a emissora da família Marinho.

Uma das principais porta-vozes do bolsonarismo, a TV Record – que recebeu mais de R$ 3 milhões a mais que a Globo no primeiro ano de governo – é a segunda emissora a mais receber recursos em 2022: R$ 9,8 milhões. O valor ultrapassou em R$ 800 mil o recebido no ano passado. Em 2020, o montante foi de R$ 4 milhões.

Outro porta-voz do bolsonarismo, o SBT, de Silvio Santos, recebeu R$ 8,4 milhões neste ano – valor superado apenas no primeiro ano de governo, quando a emissora recebeu R$ 8,9 milhões. No ano passado foram R$ 7,7 milhões e em 2020 R$ 3,3 milhões.

A Band, da família Saad e empregadora de José Luiz Datena – que foi cortejado por Bolsonaro para a disputa ao Senado -, foi a única a receber menos no período do que no ano anterior: de R$ 4,4 milhões para R$ 2,4 milhões.

Já a Rede TV manteve-se na casa do milhão, com R$ 1 milhão de publicidade do governo – no ano passado foi de R$ 1,6 milhão, em 2020  R$ 617 mil e em 2019 R$ 1,46 milhão. 

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