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Bolsonaro volta a criticar Tribunal Superior Eleitoral a 2 dias da eleição

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Candidato afirmou que TSE o ataca “o tempo todo” e nada faz em relação às denúncias sobre inserções em rádios

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou, nesta sexta 28, a criticar o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Em entrevista ao podcast do influenciador Thiago Nigro, conhecido como Primo Rico, o candidato à reeleição afirmou que o tribunal o ataca “o tempo todo” e nada faz em relação às denúncias sobre uma suposta falta de veiculação de propaganda eleitoral de sua campanha em rádios do Nordeste.

Com argumentos frágeis e contestados pelas próprias emissoras, o relatório apresentado ao TSE sustenta que, de 1.122 rádios na região Nordeste, 991 (88,3%) teriam veiculado mais inserções de Lula (PT).

“A grande mídia -UOL/Folha, Estadão e Globo- não me dá paz desde antes de eu assumir a Presidência. Eles querem me tirar daqui, eles fazem parte do sistema. Sistema esse que integra também o nosso Tribunal Superior Eleitoral”, afirmou o presidente. “Essa questão de dezenas de milhares de inserções, rádio, está comprovada, e o que TSE faz? Nada, e ainda investiga o partido [PL, que contratou a auditoria].”

A campanha de Bolsonaro avalia que o episódio em que contesta o número de inserções permite ao presidente voltar a se apresentar como candidato antissistema e perseguido pelo Judiciário.

A declaração desta sexta é dada num contexto em que Bolsonaro aparece atrás de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas para o segundo turno. O argumento de que as inserções da campanha do presidente não foram ao ar é uma iniciativa do ex- -secretário de comunicação Fabio Wajngarten e do ministro das Comunicações, Fábio Faria -uma rádio do pai de Faria consta no relatório enviado ao TSE.

O ministro Alexandre de Moraes, que preside a corte, rejeitou a ação, dizendo que a campanha de Bolsonaro não tem provas e se baseia em levantamento de empresa “não especializada em auditoria”.

Moraes apontou possível “cometimento de crime eleitoral para tumultuar o segundo turno do pleito em sua última semana” e mandou o caso para ser avaliado dentro do inquérito das “milícias digitais”, relatado por ele mesmo no STF (Supremo Tribunal Federal). Reportagem da Folha mostrou que ao menos 6 das 8 rádios citadas pela campanha negam as acusações e dizem ter provas de que veicularam as inserções.

Após a decisão de Moraes, Bolsonaro mudou sua agenda de campanha e voltou a Brasília. Ele convocou a imprensa para um pronunciamento e se reuniu com ministros e comandantes das Forças Armadas.

Na ocasião, o presidente não aceitou perguntas de jornalistas, prometeu “recorrer até o fim” e criticou Moraes, que, segundo Bolsonaro, teria “matado no peito” a questão, ao decidir de forma contrária à ação.

Ele afirmou ainda que uma equipe de sua campanha havia virado a noite para levantar os elementos solicitados pelo presidente do TSE. O levantamento feito pela coligação de Bolsonaro sobre as inserções, no entanto, não comprova a alegação de boicote das rádios e apresenta fragilidades.

As emissoras já começaram a contestar os dados do relatório. Uma das rádios afirma que o PL deixou de entregar as inserções durante um período –e por isso elas não foram veiculadas.

Moraes encaminhou a decisão de rejeitar a ação à Procuradoria-Geral Eleitoral e ao corregedor-geral do TSE. “Para instauração de procedimento administrativo e apuração de responsabilidade, em eventual desvio de finalidade na utilização de recursos do fundo partidário dos autores”, escreveu ele.

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