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Câncer infanto-juvenil: diagnóstico precoce é a melhor ‘prevenção’, diz oncologista

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O Câncer Infantojuvenil projeta-se como uma das principais causas de morte entre crianças e adolescentes de 0 a 19 anos no Brasil. No Rio Grande do Norte, com o início da pandemia de Covid-19 em 2020, ocorreu uma diminuição de 58,33%  na notificação de novos casos da condição nessa faixa-etária, quando comparado ao ano de 2017. O cenário de queda também era perceptível em 2019, quando a redução foi de 52,50% em relação a 2017. Os dados são do levantamento mais recente da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Norte (Sesap/RN).

Liderando o ranking com mais notificações, no período de 2015 a 2020,  Natal ( 7ª Região de Saúde) aparece com 35,06% dos casos e Mossoró (2ª Região de Saúde) com  17,20%. Em um recorte por faixa etária, aproximadamente 51,44% dos diagnosticados entre 0 a 19 anos eram do sexo masculino. O mesmo ocorre na faixa-etária entre 0 a 14 anos, no qual o percentual corresponde a  51,56%. 

Cassandra Teixeira Valle, oncologista pediatra da Liga Contra o Câncer, explica que o cenário de câncer infantojuvenil no estado não se afasta do nacional quando o assunto é diagnóstico tardio e demora para encaminhamento aos Centros de Referência. Ela observa, por outro lado, que há uma melhora na assistência ao público frente ao cenário do Brasil. Um exemplo disso é a atual estruturação de um novo centro de oncologia pediátrica na Liga para atender os pacientes. 

Na infância, o câncer mais recorrente é a  leucemia linfoblástica aguda, que apresenta  80% de chance de cura, mas a incidência também apresenta correlação com a idade.  “Conforme o tipo de tumor, a gente tem idades mais prevalentes. As leucemias são mais frequentes em crianças abaixo de seis anos e o câncer ósseo afeta mais os adolescentes,  mas qualquer tipo de câncer da infância pode acometer a faixa etária de 0 a 19 anos”, explica a oncologista pediatra. 

Sintomas e diagnóstico

Cassandra Teixeira Valle chama atenção, ainda, para o fato de que muitos sinais indicativos do câncer infantojuvenil podem ser confundidos com doenças habituais da infância. Dentre eles, estão palidez intensa – acompanhada de fraqueza e apatia por parte da criança-, manchas roxas na pele, nodulações e tumorações pelo corpo com aumento progressivo, perda de peso, aumento do volume abdominal e dores de cabeça frequentes com vômito associado.   

Embora o câncer de adulto seja passível de prevenção, como o de pulmão que pode ser evitado ao não fumar,  o mesmo não acontece com o infantojuvenil.  Isso porque, conforme explica a oncologista, as principais causas do câncer na infância são genéticas, colocando o diagnóstico como peça chave no cuidado com esse público.  “A grande importância do diagnóstico precoce é aumentar as possibilidades de cura das crianças tanto aqui no Rio Grande do Norte quanto em todo mundo, além de promover uma cura com tratamento mais leve e menos sequelas futuras para a criança”, destaca. 

Casa Durval Paiva

Além de iniciativas dos estados e municípios, entidades sem vínculos com o poder público também vem trabalhando com o objetivo de oferecer assistência ao público diagnosticado com câncer infantojuvenil. É o caso da Casa Durval Paiva, localizada na zona Leste de Natal, que atende 350 crianças e adolescentes em tratamento contra o câncer e doenças hematológicas crônicas. 

Ana Járvis, superintendente da iniciativa, explica que o espaço é mantido totalmente por meio de doações. “Na instituição, os pacientes têm hospedagem, translado, alimentação, atendimento – por meio de uma equipe multidisciplinar – e recebem, mensalmente, cestas básicas, como forma de ajudar na alimentação familiar, ao retornarem para o lar”, esclarece. 

Nesse sentido, observa a superintendente, a contribuição da sociedade é  primordial para a manutenção dos cuidados junto ao público atendido e continuidade das campanhas realizadas pela Casa Durval Paiva. Neste mês, em especial, o espaço está recebendo presentes para a festa de Natal dos pacientes, prevista para acontecer na Associação dos Delegados de Polícia Civil do Rio Grande do Norte (ADEPOL).  Os presentes devem focar no público de 14 e 19 anos, com destaque para os meninos.

Saiba como doar

Para contribuir com o trabalho da Casa Durval Paiva, basta entrar em contato pelo telefone (84) 4006-1600 ou ir até a instituição para realizar a doação.  A ajuda por ser tanto financeira (doações pontuais, mensais – via pix, cartão, depósito), quanto a partir de doações de móveis, alimentos, roupas, eletrônicos e eletrodomésticos. Os materiais são doados para os pacientes, ou vendidos no bazar da Instituição, que ajuda a custear o trabalho. 

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