O número de casos de Covid-19 registrados em Natal aumentou 972,7% entre 1° e 21 de dezembro, dados referentes às semanas epidemiológicas 49 (1 a 7/12/2024) e 51 (15 a 21/12/2024) . Nesse período, segundo dados do Painel Coronavírus, o número de novos casos registrados passou de 11 para 118. A atualização mais recente é de 27 de dezembro de 2024.
A prefeitura de Natal voltou a realizar testes rápidos de covid-19. Confira a lista com as unidades e os horários disponíveis para fazer o teste do tipo antígeno (TR-Ag).
Natal não registrava mais de 100 casos da doença em uma única semana desde fevereiro de 2024, quando 123 novos casos foram notificados. Naquela mesma semana, 13 pessoas morreram vítimas da covid-19.
Tendência de alta foi alertada pela Fiocruz
O aumento do número de casos indica uma rápida disseminação da doença e confirma a previsão do Boletim Infogripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em 19 de dezembro de 2024, no qual foi sinalizada uma tendência de alta de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associadas a Covid-19 em 11 estados do país, entre os quais o Rio Grande do Norte.
Apesar de confirmarem a previsão da Fiocruz, os números registrados na capital potiguar estão subnotificados, tendo em vista que, até o dia 18 de dezembro de 2024, as unidades de saúde da rede pública municipal não estavam realizando testes rápidos para a detecção Covid-19 por falta de kits para a testagem. Mesmo assim, a alta no número de casos também trouxe de volta o registro de morte pela doença, na semana epidemiológica 50 (8 a 14/12/2024).
Saiba Mais: Boletim da Fiocruz indica alta de casos de covid-19 no país
De acordo com a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Natal, cerca de 19 mil kits para realização de testes do tipo antígeno (TR-Ag) de detecção da doença foram distribuídos, em 19 de dezembro, nas unidades de saúde e nos serviços da Rede de Urgência e Emergência (RUE) do município. A assessoria da SMS afirma que os 18.925 kits foram recebidos no dia 18 de dezembro de 2024.
A assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde Pública do RN (Sesap/RN) não apresentou os dados sobre a distribuição dos testes para a detecção da Covid-19 para a rede municipal de saúde de Natal. O pedido teve como base o fato de os testes rápidos para detecção da covid-19 serem dispensados pelo Ministério da Saúde para os Estados, que os redistribuem para os municípios.
Testes rápidos
A assessoria da SMS ressalta que, mesmo com a falta de testes rápidos, o município de Natal deu continuidade à realização da testagem contra a covid-19 de acordo com a demanda recebida, ofertando em unidades de referência o teste do tipo RT-PCR, considerado um dos melhores testes para detecção dos Covid-19, que pode ser realizada no surgimento dos primeiros sintomas que possam identificar a infecção pela doença. A coleta de amostras de secreção é feita por swab (cotonete) nasal e deve ser realizada entre o primeiro e o quinto dia após o surgimento dos sintomas, período no qual o paciente está na fase aguda de infecção. O resultado é liberado após 24 horas, por meio de um link fornecido ao munícipe, ou diretamente no ponto em que foi realizado o teste.
O Laboratório Municipal de Natal recebe o material coletado e as análises são realizadas pelo Instituto de Medicina Tropical do RN (IMT) e pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Norte Dr. Almino Fernandes (LACEN/RN).
Serviço de testagem rápida para a detecção de Covid-19 é retomado nas Unidades de Saúde de Natal
Com o reabastecimento das unidades de saúde de Natal com os estes rápidos para a detecção de Covid-19, a secretária adjunta de Atenção Integral à Saúde (SAD/AIS) da SMS Natal, Rayanne Araújo, observou que, como neste período do ano geralmente há um aumento de casos de síndromes gripais, o cidadão deve procurar um dos locais de atendimento para realizar o teste, em caso de suspeita da infecção pela doença.
O teste rápido de antígeno é capaz de detectar proteínas produzidas na fase de replicação viral da doença. A amostra é coletada por meio de swab nasal (um tipo de cotonete) e o resultado para a infecção ou não pelo vírus SARS-COV-2 é liberado entre 15 e 20 minutos. Os testes rápidos de antígeno (TR-Ag) são mais eficientes na fase aguda da doença, podendo ser realizados preferencialmente até o 7º dia do aparecimento dos sintomas; e a partir do 5º dia em pessoas assintomáticas que tiveram contato com casos positivos.
Confira a lista com as unidades e os horários disponíveis para fazer o teste do tipo antígeno (TR-Ag).
Infecção respiratória aguda
A covid-19 é uma infecção respiratória aguda causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, potencialmente grave, de elevada transmissibilidade e de distribuição global. O SARS-CoV-2 é um betacoronavírus descoberto em amostras de lavado broncoalveolar obtidas de pacientes com pneumonia de causa desconhecida na cidade de Wuhan, província de Hubei, China, em dezembro de 2019. Pertence ao subgênero Sarbecovírus da família Coronaviridae e é o sétimo coronavírus conhecido a infectar seres humanos.
Ademais, estudo realizado pelo Ministério da Saúde revela que 18,9% dos indivíduos infectados com a covid-19 sofrem com efeitos persistentes, após a fase aguda da doença, em vários sistemas, incluindo pulmonares, cardiovasculares e nervosos, como também sinais e sintomas psicológicos. Essas alterações, que são denominadas “condições pós-covid-19”, não parecem estar relacionadas à severidade da infecção e ainda são tema de discussão e investigações para melhor compreensão.
Vale lembrar
Uma das formas mais importantes de prevenir a disseminação do SARS-CoV-2 é a etiqueta respiratória, a qual consiste num conjunto de medidas que devem ser adotadas para evitar e/ou reduzir a disseminação de pequenas gotículas oriundas do aparelho respiratório, buscando evitar possível contaminação de outras pessoas que estão em um mesmo ambiente.
A etiqueta respiratória consiste nas seguintes ações:
- cobrir nariz e boca com lenço de papel ou com o antebraço, e nunca com as mãos, ao tossir ou espirrar. Descartar adequadamente o lenço utilizado.
- evitar tocar olhos, nariz e boca com as mãos não higienizadas. Se tocar, sempre higienize as mãos como já indicado.
- manter uma distância mínima de cerca de um (1) metro de qualquer pessoa tossindo ou espirrando.
- evitar contato físico com pessoas com sintomas gripais, independente do uso de máscara.
- não compartilhar objetos de uso pessoal sem higienização adequada.
Sobre o uso de máscaras
De acordo do o Ministério da Saúde, em serviços de saúde, o uso universal de máscaras deve ser uma exigência para todos os trabalhadores da saúde e por qualquer pessoa dentro de unidades de saúde, independente das atividades realizadas. Todos os trabalhadores da saúde e cuidadores que atuam em áreas clínicas devem utilizar máscaras cirúrgicas de modo contínuo durante toda a atividade de rotina.
Em locais de assistência a pacientes com covid-19 em que são realizados procedimentos geradores de aerossóis, recomenda-se que os profissionais da saúde usem máscaras de proteção respiratória (padrão N95 ou PFF2 ou PFF3, ou equivalente), bem como demais equipamentos de proteção individual.
Para a população em geral, o Ministério da Saúde recomenda que as máscaras sejam utilizadas nas seguintes situações:
- Pessoas com sintomas gripais, casos suspeitos ou confirmados de covid-19, ou pessoas que tenham tido contato próximo com caso suspeito/confirmado de covid-19.
- Pessoas com fatores de risco para complicações da covid-19 (em especial imunossuprimidos, idosos, gestantes e pessoas com múltiplas comorbidades) em situações de maior risco de contaminação pela covid-19, como: locais fechados e mal ventilados, locais com aglomeração e em serviços de saúde.
No âmbito coletivo, as recomendações do uso de máscaras no âmbito coletivo devem ser definidas pelas autoridades locais a depender do cenário epidemiológico de cada unidade federada ou município, avaliando fatores como: cobertura vacinal (incluindo doses de reforço), taxa de transmissão, taxa de hospitalização por SRAG, mortalidade, entre outros.
Na ocorrência de surto de Covid-19 em determinado local ou instituição, recomenda-se o uso de máscara por todos os indivíduos do mesmo ambiente, devido ao potencial risco de transmissão por pessoas assintomáticas.
*Élida Mercês é jornalista e repórter do blog Longe do Sereno