A autoestima é um dos pontos mais relevantes nas sociedades modernas para demonstrar níveis de bem-estar e autocuidado. Estar feliz com a sua personalidade, a maneira de se vestir, o modo como se comporta e o estilo do cabelo mostra que o nível de satisfação individual de alguém está equilibrado. Por outro lado, há pessoas que não gostam do corpo pelas pressões estéticas ou tentam esconder marcas pessoais para se adequarem aos padrões de beleza.
Mas, calma, a autoestima não é só um índice que sobe e desce como um termómetro de mercúrio, pelo contrário. Estar bem consigo mesmo exige uma multiplicidade de fatores, internos e externos, que envolvem a aparência física, mas vai muito além e se relaciona especialmente com o nosso emocional. Quem conta tudo isso é a psicóloga Jéssica Barbosa, da Clínica Unicords, ao programa 90 Minutos da Rádio Seridó FM.
“Quando a gente fala de autoestima, acabamos associando algo que está alto, à altura. Mas não é bem assim, isso quer dizer que é algo que vem de nós, como a gente se enxerga“, explica Jéssica Barbosa. Ela dá exemplos pessoais para ilustrar essa situação. Um deles é que costumava evitar o uso de cropeds, tentava esconder os braços e tinha questões com seu cabelo. Tudo isso afetava sua autopercepção e afetava o emocional.
Mudanças a caminho
Cansada de limitar suas próprias formas de se vestir, a psicóloga chegou a uma conclusão. “Quer saber? Eu nunca estarei tão bonita na minha vida quanto agora”, refletiu. Morava em Natal, ainda cursava a graduação em Psicologia e compreendeu que precisa se libertar das inseguranças e ousar um pouco mais. Até porque, se não desse certo, poderia voltar ao estilo de roupas anterior.
“Para a mulher, a autoestima é mais falada, porque você precisa se amar mais, se valorizar. Mas não é só sobre a aparência, que é nosso cartão de visita, o que primeiro as pessoas enxergam na gente”, explica a especialista. No entanto, ela vai além, “a autoestima está relacionada à inteligência, a ser divertido, agradável, coisas que afetam a nossa segurança“, justifica.
Coisas simples como evitar utilizar uma roupa diferente ou mudar o estilo acabam sendo muito difícil para muita gente. Por outro lado, é importante se você estará feliz com essas novas mudanças, afinal, os julgamentos dizem mais sobre as pessoas do que sobre você. “A gente vai se privando de ir à raia, ir para um lugar onde não conhecemos. Acabamos nos excluindo e nos privando de participarmos de coisas que nos fariam felizes”, explica Jéssica.
Dicas para desenvolver a autoestima no dia a dia
- Pratique a autocompaixão: Trate-se com gentileza e compreensão, como faria com um amigo querido. Reconheça suas falhas e imperfeições sem se criticar de forma negativa. A autocompaixão ajuda a construir uma base sólida para uma autoestima saudável.
- Cuide de si mesmo: Reserve um tempo regularmente para cuidar do seu bem-estar físico, emocional e mental. Isso pode incluir exercícios físicos, alimentação saudável, tempo para relaxar e hobbies que lhe tragam alegria. Priorize suas necessidades e faça escolhas que o ajudem a se sentir bem consigo mesmo.
- Defina metas realistas: Estabeleça metas alcançáveis e divida-as em passos menores e mais gerenciáveis. À medida que você alcança esses pequenos objetivos, você fortalece sua confiança e autoestima. Celebre suas conquistas, mesmo que sejam pequenas.
- Cultive pensamentos positivos: Fique atento aos seus pensamentos e substitua as autocríticas e a negatividade por afirmações positivas. Reconheça suas realizações e pontos fortes. Pratique a gratidão diariamente, lembrando-se das coisas boas em sua vida.
- Evite comparações: Lembre-se de que cada pessoa é única e tem seu próprio caminho. Evite comparar-se com os outros, pois isso pode levar à autodepreciação e minar sua autoestima. Concentre-se em seu próprio progresso e crescimento pessoal.
- Cerque-se de pessoas positivas: Busque o apoio de pessoas que o valorizam e o incentivam. Acompanhe-se de pessoas positivas, que o inspirem e que o ajudem a se sentir bem consigo mesmo. Relacionamentos saudáveis e apoio social podem ter um impacto significativo em sua autoestima.
- Pratique o autocuidado emocional: Cuide de suas emoções e sentimentos. Permita-se expressar suas emoções de maneira saudável, seja através da escrita, meditação, terapia ou conversando com pessoas de confiança. Aprenda a gerenciar o estresse e a lidar com situações desafiadoras de forma construtiva.
Lembre-se de que melhorar a autoestima é um processo contínuo que requer paciência e autocompaixão. Se você está enfrentando dificuldades significativas com sua autoestima, pode ser útil buscar o apoio de um profissional de saúde mental qualificado.