Calendário de imunização para 2023 não está fechado. Outros grupos ainda podem ser contemplados
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, declarou nesta segunda-feira que a campanha de vacinação contra a Covid-19 deverá contemplar idosos, profissionais de saúde e pessoas com comorbidades em 2023. A pasta não descarta, contudo, fornecer doses anuais a outras parcelas da população, já que o calendário do próximo ano ainda está em avaliação.
Integrantes do ministério ouvidos em caráter reservado pelo GLOBO disseram que a definição dependerá do cenário epidemiológico da Covid-19 no Brasil, mas que a tendência é de que haja restrição de público-alvo, como na campanha contra a gripe. Quem não integrar um grupo prioritário terá a possibilidade de se imunizar em laboratórios particulares, que iniciou na semana passada. Uma dose de AstraZeneca custa R$ 350 na rede privada.
— Em 2023, não faltará vacina, o que precisa é definir qual é o público-alvo que a ciência ainda definiu. A gente trabalha fortemente para ter essas respostas. Provavelmente idosos, profissionais de saúde, (pessoas com) comorbidades seguramente estarão incluídos, mas, se for necessário fazer uma campanha tão ampla, se faz — afirmou Queiroga.
As declarações foram dadas na Unidade Básica de Saúde (UBS) da Vila Planalto, na região central de Brasília, onde o ministro recebeu a quarta dose da vacina contra a Covid-19. Além desse público, a pasta liberou a aplicação para a faixa etária a partir de 50 anos e para imunossuprimidos, isto é, pessoas com câncer, com HIV/aids ou transplantadas.
Na ocasião, Queiroga minimizou a alta de casos vivida pelo Brasil nas últimas semanas e atribuiu à maior prevalência de doenças respiratórias no outono e no inverno. Boletim do consórcio de imprensa do qual O GLOBO faz parte mostrou no último domingo que média móvel de casos está em alta há dez dias, chegando a 29.342 diagnósticos positivos. O valor é 103% maior que o de 15 dias atrás.
— Agora, houve um aumento de casos. Primeiro, porque a gente vive a época do inverno. É uma sazonalidade: pode aumentar não só de Covid, mas também de outras viroses respiratórias e isso, de alguma maneira, causar pressão sobre o sistema de saúde — continuou. — Pode haver pressão sobre o sistema de saúde e as pessoas procurarem mais as Unidades Básicas de Saúde? Pode, o sistema de saúde está preparado.
Após criticar o uso de máscaras no último fim de semana, Queiroga recuou e voltou a dizer que a decisão é individual. A pasta não deve, portanto, recomendar a obrigatoriedade.
— Aqueles que se sentirem confortáveis em usar máscara, que usem. (…) O ministério recomenda que o cuidado é individual e o benefício é de todos.