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CPI sobre caso Braskem precisa mirar nos responsáveis e envolver a sociedade, diz ativista

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Em meio às repercussões do afundamento do solo em curso em Maceió, a ativista Evelyn Gomes, integrante do Observatório Caso Braskem, avalia que uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional sobre o caso pode ser um passo importante para a responsabilização da empresa.

Ela ressalta, no entanto, que a investigação precisa envolver setores da sociedade civil e abrir perspectivas sobre novos comportamentos da mineração no Brasil. Além disso, ela teme que a comissão, em Brasília, acabe se transformando numa disputa entre forças políticas de Alagoas.

“Eu acho que a sociedade civil organizada que tem acesso aos dados precisa estar presente nesta CPI. Essa CPI tem um problema de fundo, que é se transformar numa guerra política no estado. Eu acho que essa CPI precisa mirar em como responsabilizar essa empresa e como achar caminhos para que a mineração não seja tão predatória no Brasil como ela foi aqui em Maceió”, apontou.

Evelyn participou do Central do Brasil desta terça-feira (5) e analisou como tem se dado a mobilização da sociedade contra o crime ambiental da Braskem. Ela também denunciou a insuficiência das indenizações e cobrou que esta compensação respeite as recomendações internacionais.

“A gente tem um problema: os imóveis aumentaram muito os valores, porque a gente cria uma bolha imobiliária, em que as pessoas começaram a receber indenizações, tinham que se mudar obrigatoriamente de casa. Isso fez com que Maceió fosse a cidade onde, nos últimos anos, mais cresceu o valor dos imóveis”, explica.

“A gente precisa ter certeza que estas pessoas vão ter dignidade e compensação financeira para que elas tenham um estilo de vida melhor ainda, porque elas são pessoas atingidas”, analisa a ativista, evidenciando os efeitos e os traumas dessa catástrofe na cidade. “Tem uma carga emocional muito profunda, tem o deslocamento do território que precisa ser pensado. Essa indenizações precisam ser justas e calculadas no nível humano, porque as primeiras indenizações não seguiram um nível humano e das recomendações internacionais”, denunciou.

Nesta quarta-feira (6), movimentos populares realizam, em Maceió, um ato contra a Braskem e em defesa das vítimas deste crime ambiental. A atividade está prevista para iniciar às 07h, com concentração na Avenida Fernandes Lima, em frente ao Centro Educacional de Pesquisa Aplicada (CEPA), complexo educacional que também é atingido pelo crime da petroquímica.

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