Segundo professora, a disseminação de discursos de ódio contra minorias tem encorajado atos agressivos.
A morte da professora de biologia Elizabeth Tenreiro, de 71 anos, em um ataque brutal na Escola Estadual Thomazia Montoro, Zona Oeste da capital paulista, levantou um alerta: atentados nas escolas. Nesta duas semanas, outras duas instituições sofreram ameaças e os casos são semelhantes.
Telma Vinha, professora da Faculdade de Educação da Unicamp, atribui a repetição dos ataques à disseminação de ideias extremistas, discurso de ódio e culto às armas entre jovens.
“Isso está cada vez mais na superfície da internet”, avalia Telma em entrevista a Natuza Nery.
Coordenadora do grupo de ética, diversidade e democracia na escola pública, ela ressalta que as redes sociais têm possibilitado o acesso a ambientes fortalecidos por discursos de ódio.
“A gente vê um aumento da cultura da violência, um discurso social autorizando o tratamento dos conflitos pela violência, não pela palavra”, diz.
Antes do ataque, Elizabeth Tenreiro havia tentado apartar uma briga na qual o autor do atentado cometeu racismo contra outro aluno da escola.
Segundo Telma, a disseminação de discursos de ódio contra minorias tem encorajado atos agressivos. “É como se dando permissão para agir.”