Após a saída de Jair Bolsonaro (PL) da Polícia Federal nesta quarta-feira (26), onde ficou por mais de duas horas prestando depoimento sobre o ataque aos Três Poderes no dia 8 de janeiro, a defesa do ex-presidente disse que a postagem do dia 10 de janeiro, na qual ele voltou a questionar as urnas eletrônicas e o resultado eleitoral, foi publicada de forma acidental.
“Tanto a postagem foi acidental, que ele não fez nenhum comentário em cima desse post e apagou logo na sequência. Em momento algum você vai encontrar alguma declaração dele falando que a eleição foi fraudada”, disse um dos advogados Paulo Bueno.
Falaram à imprensa, além de Bueno, o advogado Daniel Tesser e o assessor especial do ex-presidente Fábio Wajngarten.
Eles também negaram que o post tivesse sido feito pelo filho do ex-presidente, Carlos Bolsonaro, e que seria possível provar isso através de metadados.
Eles reiteraram que Bolsonaro considera as eleições de 2022 uma “página virada”. “A partir do momento da derrota ele fez uma transição e no dia 30 de dezembro deixou o país para as férias que não tirava há quatro anos”, disse Tesser.
“O presidente repudiou na noite do dia 8 todos os acontecimentos lamentáveis que aconteceram aqui em Brasília. Fim da eleição, o presidente virou a página política dele. Ele enfrentou um processo de erisipela severo. O presidente não recebeu pessoas no Palácio, não articulou politicamente, ele se fechou. E no dia 30 ele viajou para os Estados Unidos, onde permaneceu até o final de março”, acrescentou Wajngarten.
Segundo a defesa, Bolsonaro reiterou a condenação aos atos criminosos e respondeu a todas preguntas que se referiam ao assunto. “O presidente reitera toda e qualquer disponibilidade para voltar à PF quantas vezes necessário”, disse o assessor.
Eles também disseram que não foram feitas perguntas referentes à minuta golpista encontrada na casa do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres.
Depoimento de Bolsonaro à PF
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou a Polícia Federal (PF) após prestar mais de duas horas de depoimento, nesta quarta-feira (26), sobre os atos criminosos do dia 8 de janeiro durante ataque aos Três Poderes em Brasília.
Bolsonaro foi ouvido no inquérito como instigador, pelas postagens na internet sobre o resultado das eleições presidenciais do ano passado. Principalmente, por uma postagem no dia 10 de janeiro, dois dias após os atos, na qual questionava, mais uma vez, as urnas eletrônicas e o resultado eleitoral, mas foi apagada logo em seguida.
Segundo a PF, os “instigadores” são aqueles que, de alguma forma, alimentaram e instigaram ações de quem não aceitava o resultado das urnas, o que culminou nos atos antidemocráticos.
Bolsonaro passou a ser investigado formalmente nesta categoria após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendendo a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Esta será a segunda vez que Bolsonaro será ouvido pela PF desde que deixou o governo. A primeira vez foi no dia 5 de abril, mas referente ao caso das joias trazidas da Arábia Saudita.
*Publicado por Fernanda Pinotti
CNN BRASIL