As eleições de 2026 ainda estão distantes, mas as peças do tabuleiro da sucessão da governadora Fátima Bezerra (PT), que encerrará seu segundo mandato à frente do Executivo do RN, já estão se movimentando. A filiação dos deputados estaduais José Dias, Dr. Kerginaldo, Gustavo Carvalho e Tomba Farias ao PL, na próxima segunda-feira (2) em Natal, deverá marcar o primeiro ato do lançamento da candidatura do senador bolsonarista Rogério Marinho, presidente estadual da legenda, ao Governo do Estado.
Os quatro parlamentares atualmente são filiados ao PSDB, legenda que é comandada no RN pelo presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira. A filiação ao PL é uma sinalização de que eles devem apoiar a candidatura de Rogério, que poderá disputar o voto da oposição com o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), cujo nome também é cotado para a sucessão de 2026.
Na eleição municipal de 2024, Rogério queria indicar o vice do prefeito reeleito Allyson Bezerra, que não aceitou ceder a vaga ao PL. Após o desentendimento, os dois romperam politicamente e passaram a trocar críticas públicas. O senador apoiou a candidatura de Genivan Vale (PL) à Prefeitura de Mossoró, que ficou em terceiro lugar, com apenas 7,6% dos votos válidos.
Allyson Bezerra não esconde a intenção de disputar o Governo do Estado. Uma das pistas disso, além das movimentações políticas de bastidores, é a maciça campanha publicitária que o prefeito vem fazendo das suas realizações à frente da Prefeitura de Mossoró, com o objetivo de expandir seu nome para todas as regiões do Rio Grande do Norte.
O jovem prefeito sabe que apenas ser aprovado em Mossoró não é suficiente para viabilizar sua candidatura a governadora, ainda mais se o racha na oposição se confirmar, com ele tendo de disputar o voto bolsonarista no RN com o senador Rogério Marinho.
Do lado governista, ainda não há uma definição sobre a chapa que concorrerá contra Allyson e Rogério. O vice-governador Walter Alves (MDB) é tido como o nome mais provável para enfrentar a oposição, mas isso dependerá da confirmação da renúncia da governadora Fátima Bezerra, em abril de 2026, para concorrer a uma das duas vagas ao Senado Federal.
De todo modo, segundo analistas políticos, a divisão na oposição poderá beneficiar a chapa governista, independentemente de quem seja o candidato a governador. Enquanto Rogério Marinho se apresenta como o representante maior do bolsonarismo no RN, defendendo inclusive a anistia para o ex-presidente no caso da tentativa de golpe de estado para impedir a posse do presidente Lula (PT), como revelado pelas investigações da Polícia Federal, Allyson Bezerra tenta se distanciar da polarização para conquistar o eleitor de centro.