Cardeal de São Paulo publicou desabafo no domingo (16/10) e foi chamado de “comunista” por usar vermelho, em vestes tradicionais do cargo
Dom Odilo Scherer, cardeal e arcebispo metropolitano de São Paulo, usou o Twitter para publicar uma reflexão sobre conflitos políticos entre amigos e familiares nesse domingo (16/10), e foi alvo de críticas. Ele chegou a ser chamado de “comunista” por usar roupas vermelhas, e precisou explicar que se trata da liturgia da Igreja Católica.
“A fé em Deus permanece depois das eleições; assim, os valores morais, a justiça, a fraternidade, a amizade, a família… vale a pena colocar tudo isso em risco no caldo da briga política?”, tuitou dom Odilo.
Após a declaração, o religioso foi alvo de ataques. Em menções à ditadura na Nicarágua, usuários da rede social o taxaram como “comunista”, ao ser associado ao candidato à Presidência Lula (PT). Ele também foi acusado de apoiar o aborto, prática repudiada pela Igreja Católica.
Em uma série de tuítes, Dom Odilo pediu “calma” e disse que apenas fez uma pergunta, sem motivo para tantos xingamentos. “Depois das eleições, todos precisam continuar a viver juntos!”, frisou.
Diante de comentários que mencionaram uma suposta “ditadura da esquerda”, o arcebispo fez um alerta: “Tempos estranhos esses nossos! Conheço bastante a história. Às vezes, parece-me reviver os tempos da ascensão ao poder dos regimes totalitários, especialmente o fascismo. É preciso ter muita calma e discernimento nesta hora!”
“Para ser mais claro: parece-me reviver os tempos da ascensão do fascismo ao poder. E sabemos as consequências…”, acrescentou.
Sobre as vestimentas, o religioso explicou que a cor dos cardeais é o vermelho (sangue), “simbolizando o amor à Igreja e prontidão ao martírio, se preciso for. Deus abençoe a todos. Mas… ninguém machuque ninguém!”.
Veja a sequência de tuítes: