A eleição no América se aproxima cada vez mais. Dia 26 de outubro o América terá pela frente o pleito eleitoral que definirá o presidente do clube para o biênio 2023-2025. Em oposição ao atual presidente, Souza, está Hermano Morais, que já foi presidente do clube alvirrubro. Com Francisco Sobrinho como vice, os candidatos da Chapa 1 prometem gestão com transparência e divulgação mensal das contas do clube. Ele inclusive criticou os resultados em campo do atual mandato, que acumulou descenso para a Série D mesmo com acesso para Série C e título potiguar em 2023.
Em entrevista ao AGORA RN, Hermano Morais disse que se sente confiante e que quer tornar o América um clube mais forte e ter melhores resultados. “A minha expectativa é positiva, que as eleições transcorram de forma democrática, onde cada chapa apresente as suas propostas e que, ao final, apurados os votos, se respeite o resultado”, comentou.
Antes das eleições, ele disse que tem conversado com conselheiros e ex-presidentes que terão direito a voto. Recentemente uma das torcidas organizadas do América ressaltou apoio ao adversário, Souza. O que, no ponto de vista de Morais, pode ser interpretado como algo natural. “Eu vejo com naturalidade. Nós estamos enfrentando um concorrente que foi ídolo de todos nós enquanto jogava futebol e pelo qual temos maior respeito, seja como atleta, seja como pessoa humana, com que nós temos divergências com relação a forma de administrar o América”, disse.
De acordo com Hermano Morais, nas duas vezes em que esteve à frente do clube, não teve um mandato completo. Uma das vezes, pelo projeto de concorrer a um carro eletivo, nas eleições de 2016. Agora, quer aproveitar o mandato para monitorar de perto o contrato com a Hype. “Cabendo o América como sócio minoritário, temos apenas 20% das ações, (pretendo) acompanhar de perto essa nova realidade, contribuindo naquilo que for possível e fiscalizando o cumprimento fiel dos contratos”, adiantou.
Candidato à Eleição no América critica condução da SAF
Ele também criticou a forma como a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) foi discutida no clube.
“Poderia ter conduzido melhor a discussão da constituição da SAF, desde a apresentação da proposta original, que era muito inferior à que foi aprovada. E que só foi melhorada porque no ângulo do Conselho Deliberativo foi designada uma comissão que negociou melhor pelo América e poderia ter sido melhor se não fosse a pressão, inclusive, de integrantes da atual gestão para se assinar o contrato com muita urgência”, argumentou.
Como modelo de gestão, o candidato anunciou que pretende divulgar de forma mensal detalhes das finanças do clube. “Temos o propósito também de sanear financeiramente o América, não sabemos como vamos encontrar a situação financeira da América, pretendemos, como diz já o nome da nossa chapa, “Gestão com transparência”, fazer a divulgação mensal das nossas receitas e despesas, o que hoje não acontece. Nós não sabemos qual é a realidade financeira do América hoje, mas vamos fazer dessa maneira”, projetou.
Em relação ao mandato de Souza, o candidato à eleição no América avaliou a gestão como falha, em virtude do rebaixamento para a Série D.
“Embora a torcida estivesse presente, e lá nós estávamos também com a torcedores, garantindo melhor presença de público na Série C, o América, que no início do campeonato e pelo anúncio de tantas contratações, se imaginava um bom desempenho. Terminou uma campanha que teve um resultado muito negativo. Então, a América, no lugar de ir para a série B ou no mínimo permanecer na série C, caiu novamente para a série D. É por isso que nós entendemos que houve falhas na condução da atual gestão, especialmente nesse último ano”, avaliou.
Caso seja derrotado, Morais deixou claro que o clima é de união em prol do clube.
“Eu prego desde já a união. Nós estamos numa disputa democrática, uma demonstração de vitalidade do nosso clube. É verdade que faz tempo que não tínhamos uma disputa, mas é natural que isso aconteça dentro da vida do clube. E as duas chapas, o presidente atual, Souza, repito, é uma pessoa por quem tem muita estima pessoal, mas sou crítico da sua gestão, especialmente do seu final de gestão, ele tem todo o direito de disputar, como nós também, legitimamente, colocamos os nossos nomes e as nossas propostas para avaliação”, finalizou.