A informação foi confirmada ao jornalista da Globo André Trigueiro; o correspondente do The Guardian e o servidor da Funai estão desaparecidos há uma semana
A mulher de Dom Phillips, Alessandra Sampaio, afirmou na manhã desta segunda-feira (13) que os corpos do jornalista inglês Dom Phillips e do servidor da Funai, Bruno Pereira, foram encontrados mortos. A informação ainda não foi confirmada pelas autoridades brasileiras. Dom Phillips e Bruno Pereira estão desaparecidos há uma semana.
O jornalista André Trigueiro, por meio de suas redes, revelou que a esposa de Dom Phillips, Alessandra, voltou a fazer contato com o Polícia Federal que lhe informou que os corpos precisam ser periciados para se confirmar a identidade.
Desaparecimento e ameaças
O servidor da Funai Bruno Pereira e o jornalista Dom Philips, correspondente do The Guardian no Brasil, estavam desaparecidos há mais de uma semana após saírem para uma missão de visitas a comunidades e trabalho de campo. Pereira era alvo de ameaças.
De acordo com informações da Coordenação da Organização Indígena UNIVAJA, Bruno Pereira e o jornalista Dom Philips se deslocaram com o objetivo de visitar a equipe de Vigilância Indígena que se encontra próxima a localidade chamada Lago do Jaburu (próxima da Base de Vigilância da FUNAI no rio Ituí), para que o jornalista visitasse o local e fizesse algumas entrevistas com os indígenas. Os dois chegaram no local de destino (Lago do Jaburu) no dia 03 de junho de 2022 às 19:25h. No dia 05/06 os dois retornaram logo cedo para a cidade de Atalaia do Norte, porém, antes pararam na comunidade São Rafael, visita previamente agendada, para que o indigenista Bruno Pereira fizesse uma reunião com o líder comunitário apelidado de “Churrasco”
O grupo relatou à época do desaparecimento que, a partir de informações colhidas, se constatou que a equipe recebeu ameaças em campo. Além disso, também afirmam que outros membros da UNIVAJA também foram alvos de ameaças.
Juíza decreta prisão temporária de suspeito
Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, de 41 anos, teve sua prisão temporária decretada pela juíza Jacinta Silva dos Santos, nesta quinta-feira (9). Ele é suspeito de envolvimento no desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips.
A prisão foi decretada durante a audiência de custódia, que aconteceu na tarde desta quinta.
Uma testemunha declarou que viu Pelado carregar uma espingarda e fazer um cinto de munições e cartuchos pouco depois que Bruno e Dom deixarem a comunidade São Rafael com destino à Atalaia do Norte, na manhã de domingo (5), dia do desaparecimento e ambos.
A testemunha afirmou, ainda, que o suspeito é um “homem muito perigoso” e que vinha prometendo “acertar contas” com o indigenista, conforme informações do Globo.
Logo em seguida de Bruno e Dom deixaram a comunidade, um colega de Pelado foi visto em seu barco com o motor ligado em ponto morto, à espera do suspeito.
Testemunha afirma que Pelado e outros homens fizeram “algo ruim”
A testemunha também destacou que não “resta dúvida” de que ele e outros homens fizeram “algo ruim” com o barco em que o indigenista e o jornalista estavam, segundo a Reuters.
A história bate com o que já se sabia, que Pelado e comparsas foram vistos por ribeirinhos trafegando em uma lancha, em alta velocidade, logo atrás da embarcação dos dois desaparecidos.