Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) participou de evento na capital americana para falar sobre o processo eleitoral no Brasil e afirmou que “uma sociedade armada é uma sociedade oprimida”
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, afirmou nesta quarta-feira (6) que o Brasil pode registrar um episódio “ainda mais agravado” do que a invasão ao Capitólio, nos Estados Unidos, ocorrida em 2021, e apontou a atuação da Justiça Eleitoral como um modo de evitar isso.
Ele defendeu que a sociedade brasileira se arme “unicamente do seu voto” e classificou sociedades armadas como “oprimidas”. Para o ministro, independentemente do resultado das urnas em outubro, a população deve prezar pela democracia e não por atos de revolta.
“Nós poderemos ter um episódio ainda mais agravado do que 6 de janeiro daqui do Capitólio”, disse durante evento realizado pelo Wilson Center, em Washington, nos Estados Unidos, onde esteve para falar sobre o processo eleitoral no Brasil.
O evento ao qual ele se refere foi realizado por apoiadores do ex-presidente Donald Trump, que invadiram um dos principais símbolos do Poder no país em resposta à derrota do candidato conservador nas eleições presidenciais. Ao menos dois manifestantes e três policiais morreram nos dias seguintes ao ataque.
Durante sua participação, transmitida pela internet, Fachin falou que a primeira condição para evitar ações violentas nas eleições é que a “Justiça Eleitoral não se vergue”. “Que a Justiça Eleitoral cumpra sua missão, e nós iremos cumprir. O judiciário brasileiro não vai se vergar. A quem quer que seja”, afirmou.
Ele ressaltou que os candidatos eleitos serão proclamados e diplomados pelo TSE e pelos Tribunais Regionais Eleitorais.
Fachin também classificou sociedades armadas como “oprimidas” e defendeu que a população brasileira também saiba viver dentro da democracia e se arme “unicamente do seu voto”.
“Sociedade com violência é uma sociedade oprimida. A liberdade está precisamente na vida pacífica que se tem. E isso significa que a sociedade precisa de solidariedade, do seu sentimento de justiça, da sua coexistencialidade. Portanto, a sociedade brasileira no dia 2 de outubro colocará um espelho diante de si: se almeja a guerra de todos contra todos, ou almeja a democracia. E a partir daí faça isso”, afirmou.