O ex-presidente do Chile Sebastián Piñera morreu nesta terça-feira (6) em um acidente de helicóptero. A aeronave caiu no Lago Ranco, no sul do Chile. Outras três pessoas ficaram feridas.
Segundo as autoridades, o acidente aconteceu às 14h57, no horário local, no Lago Ranco. O helicóptero seria de propriedade privada.
Piñera tem uma casa na região rural onde aconteceu a queda, que usava durante as férias. Ele voltava de um almoço na casa do empresário José Cox.
As condições meteorológicas da região eram ruins na hora do acidente, com muita chuva, segundo relatos.
Até o momento, a identidade dos demais ocupantes não foi confirmada. As pessoas que sobreviveram teriam saltado do helicóptero antes que ele caísse.
Em coletiva de imprensa, a ministra do Interior do Chile afirmou que as pessoas que sobreviveram estão fora de perigo e que Gabriel Boric, atual presidente do país, decretou luto nacional.
Ainda segundo a autoridade, será realizado um funeral de Estado para Piñera.
Quem era Sebastián Piñera
O empresário governou o país duas vezes: entre 2010 e 2014; e entre 2018 e 2022.
Piñera foi candidato da coalizão de centro-direita Chile Vamos, vencendo as eleições presidenciais no país sul-americano pela segunda vez em 2017.
Engenheiro comercial com pós graduação em Economia na universidade de Harvard, foi considerado um dos maiores empresários do Chile.
Foi docente de várias universidades e consultor de organizações como Banco Interamericano de Desenvolvimento e o Banco Mundial.
Em 1976, trabalhou em um projeto para a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).
Piñera começou a carreira política como senador, em 1990. Em 2006, disputou a Presidência, ano que Michelle Bachelet ganhou as eleições.
Quatro anos depois, foi Bachelet quem entregou a faixa presidencial a Piñera. Seu governo foi o primeiro de centro-direita eleito democraticamente desde 1958, segundo informações da CNN Espanhol.
Em 11 de março de 2010, assumiu um Chile destruído por um terremoto que deixou mais de 500 mortos e muito prejuízo. Meses depois, também houve o resgate dos 33 mineiros de Copiapó, que ficaram 70 dias presos.
Sua popularidade passou por momentos críticos durante o primeiro governo, em parte por protestos estudantis, que demandavam mais acesso ao sistema educacional do país.
Ao fim do primeiro mandato, tinha 50% de aprovação, segundo uma consultoria. Analistas avaliaram que esse nível se deu pela diminuição do desemprego e recuperação da economia, por exemplo.
Com o lema “Tempos Melhores”, tinha a redução do desemprego, crescimento econômico e melhora da qualidade de vida da classe média entre as propostas para o segundo mandato. Venceu a disputa eleitoral em dezembro de 2017.
Entre 2019 e 2020, o Chile viveu intensos protestos, que começaram contra a alta tarifa do metrô e se desenvolveram na luta por uma nova Constituição, pois a atual remonta à ditadura de Pinochet.
Em 2020, um plebiscito decidiu que uma nova Constituição deveria ser redigida. Entretanto, em 17 de dezembro de 2023, uma nova consulta pública rejeitou a proposta de Carta Magna.
Piñera se casou em 1973 com Cecília Morel e teve quatro filhos.