Fabricante estuda confirmar em 2025, ano de seu centenário no Brasil, um valor adicional aos R$ 7 bilhões já provisionados
A GM, dona da marca Chevrolet, estuda ampliar o ciclo de investimentos de R$ 7 bilhões que a empresa já havia confirmado para o Brasil entre o período de 2025 a 2028. A informação foi dada por Fabio Rua, vice-presidente de Comunicação, Políticas Públicas e ESG da fabricante na América do Sul, ao podcast CBN Autoesporte que foi ao ar neste domingo (11).
“Estamos trabalhando nele [no investimento adicional], sempre em linha com as políticas de governo, com o mercado e com as perspectivas de crescimento. O governo recentemente anunciou o programa Mover. Fazemos parte dele. E aí, a depender de outros temas que vêm sendo trabalhados pelo governo, como a reforma tributária, [vamos anunciar esses investimentos]”, seguiu.
“Primeiro, foram anunciados R$ 7 bilhões para a primeira fase desse ciclo de investimentos, que a gente inicia agora em 2024, mais em 2025, e vai até 2028. Então a gente tem a expectativa de fazer um anúncio adicional a esses R$ 7 bilhões, para reformular todo o nosso parque tecnológico e todos os nossos [produtos]”, afirmou o executivo.
Esta fala específica de Rua indica que a Chevrolet pode voltar atrás no plano adicional, por exemplo, caso o governo aprove uma reforma tributária mantendo o chamado “imposto do pecado” para os automóveis vendidos no país, conforme o texto original do Projeto de Lei aprovado na Câmara dos Deputados. “Temos confiança de que isso será derrubado no Senado”, enfatizou o vice-presidente da GM.
Ano de festa
Fabio Rua não especificou quando o anúncio será feito nem qual o valor, mas sinalizou que será na casa dos bilhões de reais e tende a acontecer em 2025, ano no qual a Chevrolet comemora 100 anos de operação no Brasil.
“A indústria trabalha com números superlativos. Para você investir em um carro novo, em maquinário, em desenvolvimento tecnológico, precisa de alguns zeros. Então, sim, a gente historicamente vem anunciando ciclos bilionários. Esses R$ 7 bilhões já representam uma soma representativa, mas é menos uma questão de valor e mais uma sinalização do nosso compromisso com o país”, resumiu.
“Lembrando que no ano que vem a gente faz 100 anos no Brasil. Então talvez anunciar esse ciclo agora [em 2024] não faça sentido. A gente ainda tem muitas surpresas pela frente e a depender, de novo, da evolução dos debates de políticas públicas, a gente provavelmente trará novidades em relação ao volume de investimentos que a gente reserva para o Brasil”, completou.
Quando chegam os novos híbridos da Chevrolet?
Por fim, Fabio Rua declarou que tanto o investimento já confirmado quanto o adicional servirão para “reformular todo o portfólio” da marca Chevrolet no país, mas deixou no ar a possível chegada de veículos híbridos produzidos aqui. “Os carros a combustão terão eficiência energética cada vez maior e aqueles com novas tecnologias virão no momento certo”, comentou.
Os planos da Chevrolet no Brasil
Dos R$ 7 bilhões já empenhados pela GM no Brasil, um total de R$ 1,2 bilhão já está provisionado para a fábrica de Gravataí (RS). O montante servirá para renovar a família Onix e produzir um novo SUV de entrada da marca, que chegará para brigar contra Renault Kardian, Fiat Pulse e o futuro Volkswagen A0 SUV. Segundo o Autos Segredos, o modelo é atualmente conhecido como Projeto Carbon.
Outra parte deve servir para renovar o SUV compacto Tracker entre 2025 e 2026. Para a mesma planta, em São Caetano do Sul (SP), está previsto um SUV médio do segmento C (porte de Jeep Compass e Toyota Corolla Cross, por exemplo) que deve chegar entre 2027 e 2028, sendo o primeiro modelo híbrido flex nacional da marca, com motorização híbrida leve (MHEV) de 48V.
Novas gerações da minivan Spin e da dupla S10 e Traiblazer também estão em estudo, assim como a chegada de novos elétricos e híbridos importados. Antes disso, ainda em 2024, a Chevrolet lançará em setembro o SUV grande elétrico Blazer – já testado por Autoesporte. Até outubro, chega a nova geração do Equinox, tanto em configuração 1.5 turbo a gasolina quanto elétrica.