Vendedor Roberto Carlos, de 27 anos, admitiu que ainda não tinha o preparo necessário para esse tipo de voo, já que está há cerca de dois meses apenas no curso.
O vendedor contou que ainda não tinha o preparo suficiente para voar, já que está há cerca de dois meses nas aulas práticas – ele estuda o esporte há cerca de seis.
“Eu estava sem meu instrutor. Eu não estava autorizado a voar”, disse.
A Agência Nacional de Aviação (ANAC) não exige habilitação para a prática de esportes radicais, mas recomenda que qualquer interessado em praticar voo livre se habilite por meio de associações aerodesportivas reconhecidas pela comunidade praticante. A recomendação é para diminuir os riscos.
O instrutor de Roberto, Eurismar Freitas Moura Júnior, explicou que, para poder voar sozinho, o aluno precisa de no mínimo 20 voos acompanhado de um instrutor. Roberto havia feito apenas alguns baixos.
“Ele estava fazendo isso muito bem, decolando e pousando muito bem. Só que esses voos curtos, eles são retos. Eles não dão a capacidade de treinar curva, que foi uma das falhas dele, não conseguir fazer a curva”, disse o instrutor.
Roberto Carlos contou que não se atentou aos fios na hora do voo. “Como a rampa tem aqueles fios ali, eu não me atentei. Quando eu vi, já estava passando muito próximo. Aí enganchou”, disse.
Além da fome e do medo, ele diz que a maior parte das quase 7 horas em que ficou pendurado foi “tranquilo”, mas que posição incomodava bastante. “Só minhas pernas doendo, querendo adormecer por conta do peso em cima”, disse.
Sobre se continuará o curso ou retornará a realizar voos, ele diz que “está deliberando”.
O caso
O vendedor Roberto Carlos, de 27 anos, ficou preso em uma fiação de alta tensão nesta quinta-feira (12) após realizar um voo de parapente na Serra da Formiga, no interior do Rio Grande do Norte.
Por ser um local de difícil acesso e muito alto, a corporação pediu auxílio da aeronáutica e um helicóptero da Força Aérea Brasileira (FAB), que precisou fazer mais de cinco tentativas de aproximação.
O homem foi resgatado por volta das 13h20, mais de sete horas após iniciar o voo de parapente. Ele estava consciente, estável, mas reclamava de muita sede e fome.
O Corpo de Bombeiro acredita que Roberto estava a uma altura de 100 metros do chão.
Segundo a Companhia Energética do RN (Cosern), a rede era de média tensão e foi desligada “pela proteção automática do sistema”.
O parapentista começou o voo no início da manhã, por volta das 6h. Ele teria enfrentado uma ventania, que o tirou da rota inicial e o arremessou contra a fiação.
O parapente, então, teve as cordas enroladas nos fios e o homem ficou pendurado. O Corpo de Bombeiros foi acionado, encontrou o homem, mas não conseguiu chegar até ele devido à altura. Por isso, solicitou um apoio aéreo.
Após o resgate, o parapentista foi colocado em solo e socorrido em uma viatura do Corpo de Bombeiros que seguiu com destino ao município de Caicó. Ele foi levado para um hospital da cidade para atendimento, mas estava consciente e estável.
G1RN