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dicas para você não ser a próxima vítima como eu fui

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Caí no golpe do cartão. Quer dizer, em um dos golpes. Quadrilhas organizadas estão cada vez mais especializadas em enganar vítimas como eu ou você. A distração é um convite aos assaltantes. Esteja sempre alerta na hora de pagar uma conta. Por menor que seja o valor. E desconfie. Sempre. De tudo.

Minha experiência acabou sendo menos traumática do que para muitas pessoas Brasil afora. O golpe não foi consumado porque eu já tinha tomado medidas de segurança simples e o Banco me avisou na hora sobre uma movimentação financeira estranha na minha conta baseada no comportamento das minhas transações. Mas nem sempre é assim.

Segundo a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), mais de 500 mil brasileiros caíram em algum tipo de golpe em 2024, a maioria pelo celular.

Numa pesquisa rápida sobre o assunto, encontrei no site da Febraban uma seção só com dicas de como se prevenir de fraudes e golpes no cartão. Para acessar, clique aqui, leia com calma, siga as dicas e evite problemas futuros.

Como não caiu nenhum golpe

Resolvi contar minha experiência para ajudar a evitar que o que aconteceu comigo se repita com você ou com alguma pessoa conhecida.

O golpe que sofri aconteceu há 15 dias, em São Paulo. Num domingo de sol, na avenida Paulista. Exatamente em frente ao Masp. Um sujeito com isopor no meio da pista vendendo cerveja percebeu que a cerveja que eu vinha bebendo tinha acabado. Acenou dizendo que com ele eu pagaria mais barato em relação aos outros vendedores.

Primeira dica: desconfie sempre de determinadas promoções.

Não desconfiei tanto porque o desconto era de 2 reais. Eu não percebi, mas o golpe já tinha começado. Quando sugeri o pagamento no pix, o vendedor pediu desculpas e perguntou se eu não podia pagar no cartão. Alegou problemas na conta, em seus documentos, por isso não tinha pix. E contou mais: estava com pressa para vender a mercadoria porque a irmã estava comemorando aniversário e não via a hora de ir embora para a festa em família.

Enquanto eu pegava a carteira no bolso, chegou um segundo sujeito perguntando o preço da cerveja. O vendedor contou a mesma história, deu o mesmo valor e ouviu do “novo cliente” que aquela era a cerveja mais barata que tinha encontrado na Paulista. Eu não sabia, mas era uma dupla de bandidos.

Segunda dica: desconfie sempre de alguém que elogia o preço da mercadoria na hora que você está comprando.

Dei meu cartão para o sujeito passar na maquininha e o sistema ficou rodando por uns cinco segundos. Notei que o vendedor estava nervoso, a mão trêmula. Puxei o cartão da máquina e já ia devolver a cerveja quando, de repente, o sujeito lembrou do número do pix de um “irmão”.

Terceira dica: se o cartão rodar por mais de três segundos sem completar a operação tire da máquina. Pode ser falha na internet, mas há uma enorme chance de ser golpe

Passei o valor da cerveja no pix do cara, abri a cerveja, mandei os parabéns para irmã aniversariante e segui meu rumo.

Tinha alguma coisa ali, pensei. E fui em frente desconfiado. Olhei para trás, o outro “cliente” já tinha ido embora também. Andei mais um pouco, olhei de novo, o vendedor seguia no mesmo lugar tentando atrair novos compradores.

Minha cabeça fervilhava. Mais adiante, parei numa calçada da Paulista onde uma turma improvisava uma roda de samba. Tomei mais uma cerveja, paguei no pix, mas não parava de pensar naquela encenação. Era golpe? Clonaram meu cartão? E o cliente que chegou na hora, era conhecido do sujeito? O cara não tinha pix mesmo? A irmã do sujeito estava fazendo aniversário ou fazia parte da narrativa? Será que eu estava desconfiado demais e o vendedor era um trabalhador comum cheio de boleto para paga?

Minha dúvida se desfez em questão de segundos quando recebi uma notificação do Banco do Brasil: o senhor reconhece uma compra de R$ 6,7 mil no seu cartão? Meu corpo ficou gelado. Claro, não reconheci. Coisa de 10 segundos depois, uma nova notificação: o senhor reconhece uma compra de R$ 3,6 mil no seu cartão? Nova negativa.

Entrei no aplicativo para bloquear o cartão, mas não consegui. A senha e a conta não batiam. Achei que fosse nervosismo. Meu corpo gelado quase congelou quando peguei a carteira para conferir os dados e vi o nome do cliente: Marcos R Generozo.

Meu cartão havia sido trocado em questão de segundos e eu nem percebi. Fui vítima de uma quadrilha profissional.

Quarta dica: não tire os olhos do seu cartão quando o vendedor colocá-lo na maquininha e confira, após a compra, se você recebeu o mesmo cartão que deu ao comerciante.

Quase em estado de choque, liguei para o Banco do Brasil e fui muito bem atendido por uma funcionária. A primeira ação da moça foi me acalmar dizendo que ia dar tudo certo. Preciso dizer que isso fez uma grande diferença. Consegui bloquear o cartão. Perguntei se haviam feito algum saque ou compra, mesmo de menor valor. A funcionária disse que não. Ela contou que o Banco desconfiou dos valores, já que eu nunca tinha feito compras naquelas cifras, especialmente naquele tipo de horário. Outro fato que acendeu o alerta foi uma tentativa de compra, no valor de R$ 960, por aproximação, uma modalidade que eu já tinha desabilitado do cartão.

Quinta dica: desabilite a modalidade “compra por aproximação” no seu cartão. Esse tipo de operação foi importante na pandemia, mas hoje o que pode parecer uma facilidade é um risco enorme caso seu cartão seja furtado ou roubado. Em situações como essa, até você perceber que perdeu o cartão o prejuízo pode ser grande.

Digo sem medo de errar: ter desabilitado esse tipo de ação foi o que me salvou nessa ocorrência.

Após minutos de tensão, consegui resolver o problema sem prejuízo financeiro. Ainda voltei ao local para ver se o sujeito estava no mesmo ponto, mas já tinha ido embora.

Nos últimos anos, tive quatro cartões bloqueados. Esses outros em razão de compras pela internet.

Sexta dica: não salve senhas do cartão no seu computador. Pode parecer uma facilidade, mas é um convite a hackers que atuam na internet.

No episódio da avenida Paulista, meu prejuízo foi só emocional e momentâneo. Diferente do meu caso, boa parte das vítimas terminam histórias como essa com problemas materiais e financeiros. E isso sem falar no tempo que se perde acessando o banco, acionando advogados e até a Justiça.

Tenho amigos que já passaram por isso, com final menos feliz que o meu. A sensação é horrível, de impotência. Ainda assim, é possível reduzir os danos. Sempre alerta para evitar ao máximo ser a próxima vítima.

Espero ter ajudado. Se gostou das dicas, compartilhe esse artigo com amigos ou pessoas conhecidas. Evitar fraudes e golpes é um serviço de utilidade pública.

SERVIÇO:

Site da Febraban com dicas de como se prevenir de fraudes e golpes no cartão

(Tagstotranslate) Blog-Rafael-Duarte

Confira o conteúdo original aqui!

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