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Governo Lula terá que abrigar indicados por Bolsonaro em agências reguladoras

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Mandatos em órgãos como Anvisa e ANS prosseguem na gestão petista; herança não significa influência direta de Bolsonaro

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá que conviver com autoridades indicadas pela gestão anterior para cargos importantes, inclusive no primeiro escalão. Pelo menos 50 políticos nomeados por Jair Bolsonaro (PL) para agências reguladoras vão permanecer na administração petista, conforme levantamento do jornal O Globo.  

Quatro dos cinco diretores da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que regula os planos de saúde, têm mandatos até pelo menos 2026. Os números se repetem em outro órgão regulador, a Agência Nacional de Águas (ANA), onde apenas um dos cinco diretores deixará o cargo.

Já no primeiro escalão, o nome que perdurará até 2024 é o do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicado por Bolsonaro. No Supremo Tribunal Federal (STF) seguem nos cargos os ministros Kassio Nunes e André Mendonça, ambos herdados do governo Bolsonaro. 

Agência abrigará familiares de ex-ministros 

Em 2022, Bolsonaro nomeou 25 diretores de agências reguladoras, incluindo a Agência Nacional da Mineração (ANM), Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Agência Nacional do Petróleo (ANP).   

Até mesmo familiares de ex-ministros de Bolsonaro permanecerão em cargos nas agências, segundo O Globo. Entre eles Filipe Cunha, diretor da ANA, que é irmão do ex-ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio. A ANA também abriga Ana Carolina de Castro, casada com Jonatas Castro, que atuou como secretário-executivo da Casa Civil de Bolsonaro.  

Influência do “centrão” de Bolsonaro 

A herança bolsonarista na administração de Lula não significa necessariamente que o ex-presidente exercerá influência direta no novo governo. É comum que cargos em agência reguladoras sejam usados como moeda de troca para negociações políticas. As indicações são feitas por deputados e senadores.

No caso da ANA e da ANS, as indicações foram feitas por parlamentares do PP e do PL, partidos do chamado “Centrão” que compuseram a base de apoio de Bolsonaro. Há, porém, indicações feitas também pelo MDB, hoje na base de apoio de Lula. 

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