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“Governo não quer paternidade das obras da transposição”, diz Rogério Marinho

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Ministro disse que recursos pertencem à sociedade e que não importa se as obras tenham sido iniciadas em governos do PT, mas sim com o “pagamento de uma dívida com o Nordeste”

O presidente Jair Bolsonaro (PL) virá ao Rio Grande do Norte nesta terça-feira 8, para inaugurar a chegada das águas do rio São Francisco no leito do rio Piranhas-Açu, em Jardim de Piranhas. Ao seu lado, estará o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho (PL), que afirmou, “o governo federal não se preocupa com a “paternidade” das obras, iniciadas em governos petistas, e sim com o pagamento de uma “dívida para com o Nordeste”.

“O governo tem tido uma preocupação de concluir obras iniciadas em governos anteriores sem se preocupar com a questão da paternidade, até porque os recursos pertencem à população e à sociedade”, disse Marinho, em entrevista à CNN, nesta segunda-feira 7.

“É uma obra que pertence à população, uma dívida resgatada com o Nordeste. É fato que esse governo deu a importância devida a essa obra, e estamos em vias de comemorar a chegada das águas do São Francisco no último estado no Nordeste setentrional, que é o Rio Grande do Norte“, declarou.

Apesar disso, ele criticou o que chamou de “narrativas recorrentes nas redes sociais” que associam, segundo ele, 90% das edificações da transposição dos governos do PT. “Isso não é verdade, a obra se inicia com um horizonte de 700 quilômetros, foi reduzido para 499 quilômetros, retomamos os 700 km e, com os canais acessórios, estamos falando de três mil quilômetros”, argumentou.

Ele também atribuiu às gestões de anos anteriores acusações de falta de planejamento, superfaturamento e necessidade de reconstrução de trechos das obras. “A ideia é que fosse concluída em 2012, depois foi atrasada para 2016. Estamos em 2022 e vamos concluir o último trecho do ramal Norte, já que o Leste foi concluído com Temer em 2017, e esse é o mais importante porque atinge os quatro estados – Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte”, acrescentou.

Marinho mencionou que as obras estão a serviço da “necessidade de se enfrentar uma desigualdade regional que perdura por mais de 100 anos”.

Obras beneficiarão 16,5 milhões em 540 municípios nordestinos

Segundo Rogério Marinho, o projeto originalmente visava o beneficiamento de 12 milhões de pessoas em 390 municípios, mas as obras acessórias, como a construção de canais e adutoras feita ao longo dos anos, permitirá que 16,5 milhões de brasileiros em 540 municípios tenham acesso ao Rio São Francisco.

As obras ainda não estão concluídas, disse Marinho, citando obras no ramal do Agreste, como o Apodi/Salgado, trecho final do Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco, e outras estruturas que darão “capilaridade” à água proveniente dos canais principais, que são os dois eixos.

Ele argumentou ainda que o projeto hídrico vai além da disponibilidade de água porque possui uma escala “sistêmica” nas regiões beneficiadas – e que esse aspecto também seria “reconhecido” pela população. “A água diminui a pressão sob o sistema de saúde pública, permite a instalação de serviços, o tratamento adequado do esgoto jogado no perímetro dos rios”, exemplificou.

“Isso não tem preço e não tenho dúvida que a população vai saber reconhecer e fazer seu juízo de valor. Temos 200 anos de Independência, mas finalmente vamos dar oportunidade de emancipar o Nordeste e o semiárido”.

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