A Unidade de Gestão da Biodiversidade (UGBio) é uma novidade do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (Idema) focada na execução da política florestal e na ampliação das unidades de proteção ambiental. A criação da UGBio foi divulgada por meio da Portaria nº 010/2025, no Diário Oficial do Estado, nesta segunda-feira (21).
A UGBio, que é coordenada pela servidora Iracy Wanderley, integra áreas estratégicas do órgão ambiental. De acordo com Iracy, “a ampliação de um núcleo para uma unidade de biodiversidade representa uma estratégia do governo em fortalecer o cuidado com as áreas protegidas do estado”.
Nesse sentido, a UGBio integra a gestão das Unidades de Conservação (UCs), o núcleo florestal e a gestão de fauna. “Estamos com três instrumentos da política ambiental juntos, que dialogam entre si do ponto de vista da conservação de biodiversidade”, explica a servidora.
Para tanto, segundo ela, o primeiro passo é unir o “saber técnico e o saber popular”, ou seja, chamar a população para participar dos processos ambientais e otimizar a gestão das áreas protegidas no estado. Além disso, Iracy pontua que a UGBio deve atualizar e fortalecer a política florestal do RN, que existe desde 1995.
Já o diretor técnico do órgão Idema, Thales Dantas, celebrou a criação da unidade gestora. “Estamos promovendo mudanças que visam integrar esforços, otimizar recursos e ampliar nosso impacto na conservação ambiental. A UGBio vai nos permitir atuar de maneira mais estratégica, agregando áreas antes isoladas, como a gestão de fauna, flora e o turismo sustentável, e conectando nossas iniciativas a projetos internacionais de financiamento e apoio técnico“, esses.
Por mais áreas de conservação da natureza
O Rio Grande do Norte possui 253 mil hectares – que correspondem a 2,41% de seu território – ocupados por 11 unidades de conservação estaduais (UCs). Juntas, elas protegem 2,14% da área continental e 14,53% da área marinha do estado, segundo informações do Idema. Mas essa cobertura deve aumentar nos próximos anos, com ações desenvolvidas pelo UGBio.
Iracy frisa que o foco da UGBio está em ampliar a área de proteção ambiental junto à população, especialmente no bioma caatinga, criando mais UCs. Divididas entre unidades de proteção integral e de uso sustentável, as UCs possibilitam atividades como pesquisa acadêmico-científica, turismo sustentável e educação ambiental.
Uma das funções da UGBio é apoiar, monitorar e acompanhar a implementação da Lei Federal nº 9.985/2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC).
“Temos estudos que estão sendo encaminhados no sentido de ampliar (o número de UCs), principalmente na área da caatinga, que é o recorte de bioma em que temos menos áreas protegidas. Nós precisamos ampliar, porque temos uma pressão sobre esse bioma muito grande com o advento das energias renováveis e com outras atividades, como a atividade de mineração”, observa Iracy.
Isso porque o primeiro passo para caracterizar uma UC é a realização de estudos multidisciplinares sobre fauna, flora e estrutura geológica. Atualmente, segundo a geógrafa, um estudo para tornar o Refúgio da Vida Silvestre Serra das Araras – em São Tomé, Currais Novos e Cerro Corá – uma UC está em andamento.
Saiba +
Rio Grande do Norte tem 11 unidades de conservação da natureza
UM Agência Saiba Mais está prestes a lançar uma série de reportagens que apresenta as 11 atuais unidades de conservação do Rio Grande do Norte. A primeira reportagem será lançada ainda esta semana.