Entidades como Andifes e UNE apontaram que o Governo Federal bloqueou R$ 1,68 bilhão do orçamento da educação, sendo R$ 366 milhões para universidades e institutos
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) foi uma das instituições afetadas pelo novo corte de orçamento promovido pelo Ministério da Educação (MEC). De acordo com o reitor da instituição, professor José Arnóbio de Araújo Filho, o valor bloqueado foi de R$ 10,9 milhões.
Como o instituto tinha até 9 de dezembro para empenhar todas as despesas de 2022, se o valor não for desbloqueado até lá, na prática será um corte definitivo de recursos.
O reitor informou ao AGORA RN que está cumprindo agenda em São Paulo. Quando chegar a Natal, José Arnóbio vai conversar com demais diretores da instituição para avaliar qual o impacto da perda de recursos. “Nosso grupo de trabalho vai se debruçar e ver como serão esses impactos na instituição”, informou o reitor.
Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), principal universidade do Estado e que agrega cerca de 40 mil alunos, o bloqueio chega a R$ 3,8 milhões, de acordo com o presidente do ADURN-Sindicato, Oswaldo Negrão.
“A situação é bastante dramática e complexa, considerando que a universidade fica sem recursos para pagamentos de contas básicas como água, luz e terceirizados”, afirmou Negrão em entrevista ao site Saiba Mais.
Corte
Na segunda-feira 28, entidades como Andifes e UNE apontaram que o Governo Federal bloqueou R$ 1,68 bilhão do orçamento da educação, sendo R$ 366 milhões para universidades e institutos. O bloqueio de verbas para as instituições de ensino ocorreu durante o jogo entre a Seleção Brasileira e a Suíça, pela 2ª rodada da fase de grupos da Copa do Mundo do Catar.
Segundo vários reitores, a decisão torna ainda mais dramática a situação das instituições, que ficarão sem dinheiro para pagar serviços básicos, como limpeza e segurança.
Em entrevista à Globonews, o presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Ricardo Marcelo Fonseca, comparou a medida a uma “puxada de tapete”.
O Ministério da Educação (MEC) divulgou nota na qual diz que busca “soluções”, mas não detalha o impacto da medida. A pasta se limitou a informar que “recebeu a notificação do Ministério da Economia a respeito dos bloqueios orçamentários realizados”, mas não deu informações sobre valores, entidades afetadas e possibilidade de a medida ser revertida.