Presidente indicado disse que Petrobras vai mudar política de preços, mas continuar seguindo preços internacionais
Indicado à presidência da Petrobras, o senador Jean Paul Prates (PT) afirmou nesta quarta-feira 4, durante a cerimônia de posse do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), que a mudança na política de preços nos combustíveis não será feita com qualquer tipo de intervenção direta no mercado.
“Claro que não [vai ter intervenção]. Nunca ninguém falou em intervenção. Não sei quem inventou essa história de intervenção”, afirmou. “A Petrobras não faz intervenção em preços. Ela cumpre o que o mercado e o governo criam de contexto. Petrobras reage a um contexto. Então nós vamos criar nossa política de preços para nossos clientes, para as pessoas que compram da Petrobras. A gente não pode influenciar”, reiterou.
Depois da declaração, as ações da empresa começaram a subir e a recuperar fôlego na Bolsa, após dias consecutivos de baixas. Ao fim do dia, fecharam em alta de 3%.
Jean também garantiu que as medidas serão tomadas em um ambiente de previsibilidade. “O fato de dizer que vai acabar com o PPI não quer dizer desvincular das oscilações internacionais, apenas que vai usar mais o fato de ser produzido domesticamente em favor da economia brasileira. Vamos discutir com todas as partes interessadas”, garantiu.
O parlamentar disse que “todo preço vai ser vinculado internacionalmente de alguma forma”. “Todo preço vai ter referência internacional. Sempre vai ser influenciado pelos preços internacionais. Não é ideia minha. Todo preço da commodity de combustível e derivado de petróleo é referência, influenciado pela oscilação internacional”, declarou. “Hoje você impôs ao mercado nacional o PPI, que não é internacional. É importação, não é internacional. É diferente.”
“Não vai desvincular do preço internacional, vai desvincular da paridade de importação, sem impor tabelamento, sem absolutamente nenhuma intervenção direta no mercado, apenas usar a vantagem competitiva”, completou.
Outra medida, disse, é usar mecanismos que permitam “identificar, monitorar e ajudar as empresas a identificarem quando há um movimento prévio de alta [dos combustíveis] e fazer estoques antes”.
Prates avaliou que o problema da política de preços dos combustíveis não é estrutural. “É um problema quando existe crise. Existe uma crise de preços, uma crise de abastecimento”, disse. Segundo o senador, a solução é “algum mecanismo de prevenção especificamente destinado para essas crises”. “Seria a tal conta de estabilização de preços, que não é um fundo.”